segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Casagrande lamenta decisão do STF contrária ao desarquivamento de denúncias contra Sarney

O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), um dos senadores que assinaram o mandado de segurança encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o desarquivamento das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para que fossem examinadas pelo plenário, lamentou hoje (29) a decisão contraria da Corte, tomada em caráter liminar pelo ministro Eros Grau.
"É uma pena. Lamento porque nós tínhamos a única alternativa que era o Poder Judiciário. Já começamos sofrendo posição desfavorável, mesmo em caráter liminar. Já não tínhamos alternativa interna [no Senado]”, disse.
Segundo o líder, a decisão do STF deixa os senadores que entraram com o mandado de segurança em posição desfavorável no julgamento do mérito.
Mesmo com a decisão do Supremo, os senadores que defendem o afastamento de Sarney da presidência do Senado vão continuar, segundo Casagrande, protestando contra a falta de julgamento do parlamentar, mas adotando postura propositiva em relação ao Senado Federal.
“Vamos acompanhar e fiscalizar as decisões da Mesa Diretora da Casa. Fiscalizar as ações do Senado, buscando o controle e a transparência de todas as medidas”, afirmou.
Casagrande informou que os parlamentares não devem continuar obstruindo as atividades da Casa. “Senão daqui a pouco nós poderemos ser crucificados pela opinião pública, que quer ver o Senado funcionando”, disse.

Agência Brasil

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SUPREMI TRIBUNAL FEDERAL LIVRA, PALOCI; ex-ministro pode ser candidato



STF livra Palocci; ex-ministro pode ser candidato

O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou nesta quinta-feira, por 5 votos a 4, a denúncia por quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa contra o ex-ministro da...";


BRASÍLIA (Reuters) - O Supremo Tribunal Federal (STF) arquivou nesta quinta-feira, por 5 votos a 4, a denúncia por quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa contra o ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antonio Palocci (PT-SP).
Livre do processo, o parlamentar tem agora condições para disputar cargos de maior expressão nas eleições de 2010. Ele é cotado, por exemplo, para ser o candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo.
"A análise exaustiva e pormenorizada dos autos permite concluir que não há elementos mínimos que apontem para a iniciativa do então ministro da Fazenda e, menos ainda, que indiquem uma ordem dele proveniente para a consulta, emissão e entrega de extratos da conta-poupança de Francenildo dos Santos Costa", destacou em seu voto o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, relator do caso.
A maioria do Supremo acompanhou o voto do relator, rejeitando a sugestão da Procuradoria-Geral da República para o acolhimento da denúncia.
Ocorrido em 2006, o escândalo envolvendo Palocci custou-lhe o cargo e o status de nome natural dentro do PT para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época, Francenildo relatou à imprensa que Palocci, ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP), encontrava-se com lobbistas em uma casa de Brasília, suposto local de distribuição de dinheiro e festas privadas.
Depois da denúncia, o caseiro teve seu sigilo bancário quebrado e divulgado para a imprensa por conta de um alto valor depositado em sua conta. Os recursos poderiam justificar a tese de que ele estava a serviço da oposição.
Francenildo alegou que o dinheiro viera de seu pai, que realizava os depósitos em segredo por ele ser um filho ilegítimo.
O ex-assessor de imprensa do então ministro da Fazenda, Marcelo Netto, acusado de ser o responsável pelo vazamento dos dados bancários do caseiro, também foi inocentado pelo STF.
Já o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, suspeito de ser o operador da quebra do sigilo bancário, virou réu e será julgado por um tribunal de primeira instância. O caso estava sendo apreciado pelo STF porque Palocci, por ser deputado federal, tem foro privilegiado.
"Os indícios de autoria relativamente a Antonio Palocci Filho e Marcelo Netto são débeis, frágeis e tênues. Baseiam-se em meras presunções e meras especulações", comentou o ministro Ricardo Lewandowski.
A disputa, entretanto, foi acirrada. Quatro dos nove ministros do Supremo queriam dar prosseguimento à investigação. O STF tem 11 integrantes, mas os ministros Menezes Direito e Joaquim Barbosa estão em licença médica.
Para o ministro Carlos Ayres Britto, o STF deveria receber a denúncia porque havia indícios suficientes para dar início à ação penal.
"Esse caso é emblemático porque envolve um cidadão comum, do povo, um homem simples que teve a coragem de, inclusive num fórum público, a CPI dos Bingos, revelar o que lhe parecia deslize e desvio de comportamento de autoridades ou pelo menos de uma autoridade de primeiro escalão", sublinhou Ayres Britto.
"Justamente contra esse cidadão comum, homem simples mas destemido e corajoso e desassombrado, se desencadeou a quebra do sigilo bancário dele e o vazamento dos dados para toda a imprensa, como se uma pessoa pobre, simples e comum não tivesse o civismo suficiente para, sem interesses subalternos, revelar fatos que impunham às autoridades apurar pelo menos a sua aparência de ilicitude penal", acrescentou.
Sentado na primeira fila de cadeiras à frente do plenário do Supremo, Francenildo dos Santos Costa acompanhou todo o julgamento que lhe impôs uma derrota no embate contra Palocci. Saiu do tribunal sem falar com os jornalistas e escoltado por um advogado.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PSOL recorre ao STF contra arquivamento de ações de Sarney


Recurso contra decisão do Conselho Ética, que previa discussão no plenário, foi barrado pela Mesa Diretora

BRASÍLIA - Os advogados do PSOL ingressaram nesta quinta-feira, 27, com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a tramitação do recurso que um grupo de senadores apresentou contra o arquivamento das representações envolvendo o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética.

O recurso foi apresentado ao plenário, mas a segunda-vice presidente, Serys Slhessarenko (PT-MT), negou a tramitação do recurso, alegando que o regimento interno não prevê recurso de decisão do Conselho de Ética ao plenário.

"A permanência da decisão da Mesa do Senado Federal impõe desnecessário e irreparável prejuízo político e institucional ao Legislativo e ao próprio establishment da República. Quanto mais desnecessário e ilegítimo, quanto mais urgente deve ser a correção por via jurisdicional", diz o mandado de segurança.

"É forte o dano e irreparável o prejuízo à imagem e prerrogativa dos parlamentares impetrantes, com o perigo do descredenciamento e retirada de legitimidade dos parlamentares frente aos seus eleitores. (...)A competência do Plenário não poderia, nunca, ter sido usurpada pela Mesa, quanto mais por um ato unilateral e monocrático", diz outro trecho.

O mandado de segurança é assinado pelos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Renato Casagrande (PSB-ES), Jefferson Praia (PDT-AM), Demóstenes Torres (DEM-GO), Pedro Simon (PMDB-RS) e Kátia Abreu (DEM-TO).

O Estado de SP

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Suplicy mostra cartão vermelho e pede que Sarney saia da presidência do Senado

http://www.youtube.com/watch?v=TPj7dZx4U9I

Suplicy pede renúncia e mostra cartão vermelho a Sarney

ED FERREIRA/AE
Suplicy dá 'cartão vermelho' a Sarney
Para senador petista, arquivamentos das ações contra Sarney não arrefeceu crise política no Senado

Suplicy dá 'cartão vermelho' a SarneyBRASÍLIA - Em discurso inflamado no plenário do Senado nesta terça-feira, 25, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que seu colega José Sarney (PMDB-AP) deve esclarecer as denúncias levantadas contra ele ou renunciar à presidência da Casa. Suplicy mostrou um simbólico cartão vermelho ao presidente do Senado.

"Para voltarmos à normalidade do funcionamento desta Casa, o melhor caminho é que o Sr. Sarney renuncie à presidência do Senado", disse Suplicy.

Numa referência ao que considerou a linguagem mais bem entendida pelos brasileiros, o senador chegou a mostrar um cartão vermelho para simbolizar a necessidade da saída de Sarney.

Segundo o senador petista, Sarney ainda não apresentou explicações satisfatórias para as acusações que pesam contra ele, arquivadas pelo Conselho de Ética na semana passada e que tiveram recurso negado pela Mesa Diretora.

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"Não vejo como o senador Sarney continuar presidindo o Senado enquanto não forem resolvidas as dúvidas levantadas nas ações do Conselho de Ética", disse o petista.

Suplicy foi o primeiro senador petista a pedir a renúncia de José Sarney do comando do Senado. O líder do partido, Aloizio Mercadante (SP), já havia pedido, em nome da bancada, o afastamento temporário de Sarney da presidência.

Na avaliação de Suplicy, mesmo com os arquivamentos das ações movidas contra Sarney no Conselho de Ética, a crise política no Senado não arrefeceu e, por isso, não há outra saída a não ser a renúncia do presidente da Casa.

"O País não suporta mais tantas acusações sem resposta", afirmou Suplicy, começando por mencionar as denúncias de nomeações de parentes e pessoas próximas a Sarney para cargos no Senado e também os desvios de dinheiro da Petrobrás pela Fundação José Sarney. O presidente do Senado afirma que não cometeu nepotismo e que não tem responsabilidades na gestão da fundação, embora nos estatutos da entidade seu nome conste como presidente vitalício.

O senador paulista chegou a avisar Sarney de que faria o discurso e que seria muito duro com ele. Logo após a conversa entre os dois, Sarney deixou o plenário do Senado, dizendo ter um compromisso no gabinete.

Segundo Suplicy, "todos os desvios e acusações" de que são acusados os parlamentares precisam ser apurados "com mais rigor" do que os relacionados a outras pessoas, porque os congressistas são "tomados como exemplos a serem seguidos."

Suplicy disse ainda que, apesar dos pronunciamentos feitos por Sarney, "várias dúvidas persistem" e, apesar dos apelos de governistas e opositores, "o senador Sarney não se dispôs a comparecer ao Conselho de Ética para dar explicações."

Na segunda-feira, 24, o presidente do Senado se mostrou contrariado com Suplicy, que, em aparte a um discurso de Sarney, afirmou que, apesar da aparência de normalidade no Senado, a Casa não resolveu de maneira satisfatória a questão das denúncias de irregularidades contra o presidente. Sarney reclamou que Suplicy havia feito um aparte indevido ao abordar assunto diferente do discurso.

Bate-boca

O discurso teve vários momentos de tensão. Primeiro, senadores ligados a Sarney tentaram impedir o pronunciamento do petista, argumentando que outros senadores estavam inscritos para falar.

No momento mais tenso, Suplicy bateu boca com o senador Heráclito Fortes (DEM-GO), em resposta à acusação de que não teria sido sincero ao pedir a renúncia do presidente do Senado. O senador petista, muito alterado, chegou a mostrar o cartão vermelho a Heráclito e, respondendo a um desafio do adversário, disse que tem coragem de fazer o mesmo em relação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Heráclito, também extremamente alterado, afirmou que Suplicy não foi sincero ao falar contra Sarney e disse que o senador do PT deveria denunciar também irregularidades no governo do presidente Lula.

Já fora da tribuna e ao lado da cadeira de Heráclito, Suplicy saboreava um cafezinho e o senador do DEM, um copo de água, enquanto os dois tentavam desfazer o clima hostil do bate-boca.

"Expliquei a ele (Fortes) que ele sabe que as coisas que falei são do fundo do coração. E eu fiquei chateado quando ele disse que eu não era sincero", disse Suplicy, informando ter comprado pessoalmente cartolina vermelha usada para confeccionar o cartão exibido por ele na tribuna. "Pedi para o pessoal do meu gabinete cortar em um tamanho que achassem correto", contou.
O detalhe é que o cartão exibido por Suplicy deve ter o dobro, senão o triplo, do tamanho do instrumento usado pelos árbitros de futebol para expulsar jogadores que cometem faltas graves. "Imaginei que isso é uma coisa que as pessoas iriam entender", disse Suplicy, mal escondendo o sorriso no rosto.

O Estado de SP

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sarney ignora crise e discute com Suplicy por interrompê-lo

http://www.youtube.com/watch?v=3N_2jNuU2lo

Lula, Chaves e Evo na Bolívia


Chávez chega de surpresa e acompanha Lula e Evo na Bolívia
Presidente da Venezuela participa da visita oficial do brasileiro ao país; Lula assina financiamento para rodovia

Lula ao lado de Evo e Chávez na BolíviaRiberalta, BOLÍVIA - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, desembarcou nesta sexta-feira, 18, de surpresa em Riberalta, cidade boliviana da Amazônia, no norte do país, e acompanha os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales na assinatura do protocolo de financiamento de US$ 230 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a construção de 508 quilômetros da rodovia que ligará La Paz a Porto Velho, em Rondônia.

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Lula se reúne com Morales em reduto da oposição na BolíviaBrasil vai financiar estradas na BolíviaO Departamento (Estado) de Beni, onde está Riberalta, é de oposição a Morales e considera Chávez persona non grata. Em plebiscito recente, mais de 80% da população local votou pela autonomia de Beni do poder central. O governador do Departamento, Ernesto Soares, ignorou a visita de Lula, não comparecendo à solenidade. O aparecimento de Chávez, ao lado de Morales, tem, portanto, grande significado político, revelaram assessores do presidente boliviano.

O Estado de SP

Lula é criticado por ter usado colar com folha de coca


Álvaro Dias critica Lula por ter usado colar com folha de coca

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) criticou nesta segunda-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter usado um colar feito de folhas de coca na recente visita que fez à Bolívia e afirmou que, com essa ação, ele deu um "estímulo às drogas".
"Lula, falando a favor da reeleição de Evo Morales, usando um colar de folhas de coca (...). Não me parece uma imagem adequada, não me parece uma postura didática, pedagógica. Ao contrário, parece ser um estímulo às drogas", disse Dias, segundo boletim da agência Senado. "O governo boliviano estimula o narcotráfico e Brasil foi a principal vítima disso", acrescentou o senador, que qualificou a Bolívia como "país que, ostensivamente, não coopera no combate ao narcotráfico na região".
Lula visitou o presidente boliviano Evo Morales no sábado na região de Chapare, reduto político dos sindicatos de produtores de folha de coca que apoiam o líder indígena e dos quais ainda é seu líder máximo, mas de forma mais bem simbólica.
Em Chapare, os dois líderes apareceram em fotos com colares feitos de folhas de coca, a matéria-prima com a qual se fabrica a cocaína.


Folha de SP

Governo americano rastreia operações suspeitas de Dantas

O investigador do Departamento de Justiça dos Estados Unidos Kenneth Lyn Counts afirmou, em testemunho à Corte de Justiça do Distrito de Columbia, em Washington (EUA), ter obtido indícios de que o banqueiro Daniel Dantas fez uma série de operações financeiras, fora do Brasil, de forma a "evitar revelar os verdadeiros proprietários" de US$ 242 milhões transferidos do Opportunity Fund, no paraíso fiscal das ilhas Cayman, informa reportagem de Rubens Valente
Counts, ex-agente especial do Programa de Crime de Colarinho Branco do FBI, com 23 anos de experiência, foi encarregado pela Seção de Bloqueio de Bens e Lavagem de Dinheiro da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA de averiguar as informações enviadas pelo delegado da Polícia Federal Ricardo Saadi, coordenador da Operação Satiagraha.
O principal foco da investigação é a "Conta Tiger Eye", custodiada nos EUA pelo BBH (Brown Brothers Harriman) e sobre a qual haveria "motivo para acreditar" que seja controlada pelos irmãos Dantas. Em 31 de dezembro de 2008, essa conta mantinha US$ 450 milhões. Ela foi fundada com um depósito inicial de US$ 56 milhões feito pela empresa Tiger Eye Investment. O Opportunity, por meio de sua assessoria de imprensa, nega as irregularidades.

Folha de SP

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

STF deve livrar Palocci e abrir caminho para planos do PT

Ex-ministro é visto como ?curinga? por Lula e cotado tanto para vaga de Múcio, como para disputar sucessão em SP


O deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci deve se livrar nesta semana da suspeita de que teria ordenado a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Por tabela, também deverão se livrar da acusação o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Jorge Mattoso e o ex-assessor de imprensa de Palocci no Ministério da Fazenda, o jornalista Marcelo Netto, suspeitos de envolvimento na quebra do sigilo.O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá rejeitar na quinta-feira a denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o deputado. Segundo informações obtidas pelo Estado, a maioria dos ministros vai concluir que não há provas materiais de que Palocci tenha mandado subordinados quebrarem o sigilo do caseiro. Em 2006, Francenildo revelou ao Estado, em entrevista exclusiva, que Palocci frequentava reuniões com lobistas numa casa em Brasília.Uma decisão do STF concluindo pela inocência de Palocci ajudaria seus planos políticos. O deputado do PT é considerado uma espécie de "curinga" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, é cotado tanto para substituir o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro - que assumirá uma cadeira no Tribunal de Contas da União -, como para ser candidato ao governo de São Paulo.A provável absolvição de Palocci deve, por tabela, livrar Mattoso e Netto. O ex-presidente da Caixa chegou a ser secretário de Finanças do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), mas deixou o cargo em maio, alegando motivos pessoais. Netto, por sua vez, dirige a assessoria de imprensa FSB, em Brasília.Mesmo que o Supremo dê continuidade à investigação contra os dois, o caso deve ser remetido à primeira instância, já que eles não dispõem de foro privilegiado. Como a denúncia envolve a quebra de sigilo funcional, cuja pena máxima é de dois anos de reclusão, o processo tende a prescrever antes de uma decisão definitiva. Sabendo dessas alternativas, arquivamento ou prescrição, os advogados de Mattoso e Netto preferiram esperar o julgamento da denúncia contra Palocci antes de se manifestarem sobre a proposta do Ministério Público de converter a pena de reclusão em prestação de serviço.O Ministério Público propôs aos dois a suspensão do inquérito no caso de concordarem com duas condições: fazer palestras bimestrais sobre o sistema democrático e o processo eleitoral, durante dois anos, em escolas públicas, e doar 50 resmas de papel Braille à Associação Brasiliense dos Deficientes Visuais (ABDV).Advogado de Mattoso, Alberto Zacharias Toron disse, na semana passada, que a proposta será analisada após o eventual recebimento da denúncia pelo STF. No entanto, o advogado afirmou que acredita na rejeição da denúncia pelo tribunal.A origem do inquérito que será analisado pelo STF foi uma entrevista concedida pelo caseiro Francenildo ao Estado, em 2006. Na ocasião, ele disse que Palocci frequentava as reuniões em uma mansão em Brasília nas quais ocorriam partilha de dinheiro que chegava numa mala. Em depoimento na CPI dos Bancos, o caseiro disse que Palocci era chamado no local de "chefe". Dias depois da entrevista, teve sua conta na Caixa violada. Surgiram suspeitas de que a quebra do sigilo tinha sido determinada pelo ministro da Fazenda. Como consequência, Palocci, na época um dos principais ministros da equipe de Lula, caiu.


O Estado de SP

Mercadante diz continuar líder do PT a pedido de Lula

BRASÍLIA (Reuters) - O senador Aloizio Mercadante (SP) recuou nesta sexta-feira e afirmou que desistiu de deixar a liderança do PT no Senado, atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo fonte do governo, o gesto do presidente teve como objetivo evitar que a crise do PT no Senado se prolongasse, uma vez que a principal batalha de interesse do Executivo já fora conquistada pela base aliada --a manutenção no Conselho de Ética do arquivamento de 11 processos por quebra de decoro parlamentar contra o presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP).
Esse foi justamente o motivo da decisão inicial de Mercadante, que chegou a informar na quinta-feira que deixaria o cargo "em caráter irrevogável". Os votos de três senadores petistas foram fundamentais para a rejeição dos recursos apresentados pela oposição contra o arquivamento das ações sobre Sarney.
"Mais uma vez o presidente Lula me deixa numa situação que eu não tenho como dizer não", disse o líder do PT durante discurso em um plenário praticamente vazio.
No entanto, Mercadante permanece em delicada situação política, uma vez que rompeu pontes de diálogo com aliados do governo no Senado e desgastou suas relações com parte da bancada petista.
"Eu perdi uma certa condição de interlocução política nesta Casa, por exemplo, com o presidente Sarney. É evidente: é muito mais difícil ser líder nessas condições, depois de uma crise como essa", reconheceu o próprio Mercadante durante o discurso.
O presidente do Senado é considerado pelo Executivo um aliado estratégico no Congresso e na construção da candidatura à Presidência da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Ele é acusado de envolvimento com irregularidades administrativas do Senado, edição de atos secretos, emprego de pessoas ligadas à sua família e desvio de recursos públicos por meio da Fundação José Sarney.
Mercadante ressaltou que subiu à tribuna com um sentimento de frustração.
"O melhor caminho era a licença do presidente Sarney, uma licença voluntária, um gesto de grandeza, e uma apuração rigorosa daquilo que diz respeito ao Senado", destacou.
O líder do PT concordou com a tese de que parte da crise do Senado é causada pela disputa entre governo e oposição devido às eleições de 2010. Destacou, no entanto, que o PT não deveria abandonar o combate ao nepotismo e ao patrimonialismo em nome da manutenção de alianças políticas.
"Isso não pode se perder na governabilidade", disse.
"O alvo sempre foi o PT, o alvo é o presidente Lula, porque há uma disputa maior no ano que vem, mas o que acontece no Senado não é só um problema de disputa eleitoral."
PRESSÃO E DESGASTE
Nos bastidores, além de Lula, diversos líderes petistas entraram em campo. O líder do PT conversou, por exemplo, com a ministra Dilma Rousseff.
Telefonaram também para ele o deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP), o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o ex-ministro José Dirceu, além da líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), a qual votou em favor de Sarney no Conselho de Ética.
O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, também falou com Mercadante e fez a ponte para que o senador se encontrasse com Lula.
Segundo Mercadante, todos os interlocutores reforçaram o discurso de Lula, que, além de receber o líder do PT no Senado no Palácio do Alvorada na noite de quinta-feira, enviou uma carta pessoal ao senador na manhã desta sexta-feira.
Para o senador Pedro Simon (PMDB-RS), adversário de Sarney, Mercadante saiu de cabeça erguida do episódio, pois manteve sua posição de defender o afastamento do presidente do Senado até o fim.
O peemedebista alertou, porém, para as dificuldades a serem enfrentadas daqui para frente pelo líder do PT.
"Sabe-se que há uma antipatia do Lula em relação a ele (Mercadante), e agora também tem senadores com o mesmo pensamento. Ele vai fazer o que diz o Lula ou vai fazer uma política independente?", ponderou Simon.
Já o senador Augusto Botelho (PT-RR) argumentou que Mercadante saiu fortalecido entre a maior parte da bancada da legenda, que também queria o afastamento temporário de Sarney.
"A posição dele era a mesma que a da maioria da bancada", disse. "E a maioria da bancada queria que ele permanecesse líder."

Reuters

sábado, 22 de agosto de 2009

José Sarney, 'Não me sinto culpado de nada', diz presidente do Senado

'Não me sinto culpado de nada', diz presidente do Senado
José Sarney (PMDB-AP) deu entrevista exclusiva à Globo News.Ele reafirmou que não vai deixar o cargo e disse não sentir pressão.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reafirmou nesta sexta-feira (21) que não pensa em deixar o cargo e disse que não se sente culpado de nada."Não posso deixar [o cargo] porque não me deram nenhuma saída que não de cumprir o meu dever até o fim," disse em entrevista exclusiva à Globo News.

"No dia em que os colegas, a maioria dos colegas do Senado chegar e me destituirem, muito bem. Eles me elegeram, podem me destituir," completou. Ele negou sentir qualquer tipo de pressão para deixar o cargo. "Não existe pressão porque eu não me sinto culpado de nada. Eu estou procurando servir ao país. Estou procurando ajeitar essa casa. Estou pagando por isso. Eu vou continuar até o fim. Não tenha dúvida," afirmou.

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Ao ser perguntado se tinha arrependimento de ter disputado a presidência da Casa, Sarney admitiu pensar muito sobre isso, mas não respondeu a pergunta. "Você fez uma pergunta que realmente eu me indago muitas vezes. Eu tenho realmente a certeza de que relutei muito, eu nunca fui presidente do Senado por minha vontade, sempre por convocação. E dessa vez eu não queria de maneira nehuma, de jeito nenhum," disse.

O plenário do Conselho de Ética arquivou nesta quarta-feira (19) 11 ações contra Sarney. O presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), já havia rejeitado as denúncias, mas houve recurso ao plenário do colegiado.

Na quinta-feira (20) adversários do presidente da Casa protocolaram recurso contra o arquivamento de cinco das ações pelo conselho. Na mesma noite, a senadora Serys Shlessarenko (PT-MT), segunda vice-presidente da Casa, assinou um ato rejeitando o recurso que pedia votação em plenário do caso.

Fonto Globo

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mercadante usa carta de Lula e crise no PT para ficar no cargo

Mercadante usa carta de Lula e crise no PT para ficar no cargo
Mercadante disse que não tinha condições de dizer "não" a Lula. Ele ameaçou deixar a liderança do PT por discordar do apoio ao arquivamento das denúncias contra Sarney.
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Fonte: Folha de SP

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Depois de ler carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que continuasse no cargo de líder do PT, o senador afirmou que “não tinha como dizer não”. Ontem (20), ele havia dito em seu Twitter que saída seria em caráter irrevogável

Dificuldade de operadoras levou ANS a adiar novas regras para planos de saúde

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, as alterações começariam a ser adotadas no último dia 15, mas agora vão começar a valer em 15 de outubro
Para 23%, operadoras são insatisfatórias


Petrobras anuncia mais uma descoberta de óleo leve na Bacia de Campos
Segundo nota da estatal, análises preliminares indicaram a presença de volumes recuperáveis em torno de 280 milhões de barris de petróleo leve (28º API), de maior valor comercial e com boa produtividade


Grávidas devem se afastar do trabalho e da escola em Curitiba, recomenda comitê
A medida é uma recomendação do Comitê Municipal de Prevenção e Controle da Nova Gripe, formado por 26 entidades da sociedade civil e da administração pública e tem a finalidade de proteger as gestantes
Escolas de SP terão de cumprir 200 dias letivos
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Campinas confirma décima morte


Ellen Gracie diz que é preciso mudar estratégia de combate às drogas
Segundo a ministra do Supremo Tribunal Federal, a estratégia de repressão, de guerra às drogas, não tem dado resultados positivos, ao contrário vem recrudescendo a violência. Para ela, é necessário encontrar soluções alternativas


Força Nacional será mantida nos presídios de Campo Grande e Catanduvas
A prorrogação foi determinada pelo Ministério da Justiça, que decidiu também pelo envio da força para o município de Novo Progresso, no Pará, para atuar na Operação Boi Pirata 2


José Alencar faz novos exames no Sírio-Libanês
De acordo com o chefe de gabinete da Vice-Presidência da República, Adriano Silva, Alencar fez exames para monitorar o tratamento ao qual vem sendo submetido nos Estados Unidos


Câmara pede agenda de Dilma e gravações do Planalto
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados enviou ofício à Casa Civil solicitando as informações. As gravações se referem aos meses de novembro e dezembro do ano passado. A Casa Civil tem até 21 de setembro para responder
Ministro do STF espera que governo divulgue dados


Pela 1ª vez crime ambiental resulta em desapropriação
A desapropriação da Fazenda Nova Alegria, localizada no município de Felisburgo (MG), região do Vale do Jequitinhonha, foi publicada no Diário Oficial da União e atende a uma reivindicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)


Associação critica decisão de manter remédios fora do alcance do consumidor
A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) afirma que a restrição ao acesso a medicamentos, inclusive os que não precisam de receita médica, causa um impacto negativo na vida das pessoas
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TCU suspende contratação de projeto ambiental para transposição de rio
Auditoria do Tribunal de Contas da União verificou indícios de sobrepreço em parte dos serviços de projeto ambiental contratados para a transposição do Rio São Francisco, com valores bem acima do mercado

PSOL recorre contra arquivamento de ações sobre Sarney


"BRASÍLIA (Reuters) - O PSOL protocolou nesta quinta-feira um recurso ao plenário do Senado a fim de reverter o arquivamento das cinco representações por quebra de decoro parlamentar apresentados contra o presidente da...";

BRASÍLIA (Reuters) - O PSOL protocolou nesta quinta-feira um recurso ao plenário do Senado a fim de reverter o arquivamento das cinco representações por quebra de decoro parlamentar apresentados contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
A iniciativa, no entanto, pode não prosperar, já que há dúvidas se o regimento da Casa prevê tal medida. O requerimento é de autoria do senador José Nery (PSOL-PA), e foi assinado por outros 10 adversários de Sarney de diversos partidos.
"Isso não existe. Esse é o famoso requerimento igual a cheque sem fundo: bate e volta", ironizou o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), aliado do presidente do Senado, em entrevista a jornalistas.
"O senador Nery cria falsas expectativas, passando para a imprensa e para a população que existe recurso, mas não vai ter."
O presidente do Senado é acusado de irregularidades na administração da Casa, edição de atos secretos, empregar pessoas ligadas à sua família e desviar recursos públicos por meio da fundação que leva seu nome. Sarney, que nega as acusações, é considerado um aliado estratégico pelo governo.

Mercadante diz que segue líder do PT no Senado a pedido de Lula

"BRASÍLIA (Reuters) - O senador Aloizio Mercadante (SP) recuou nesta sexta-feira e afirmou que desistiu de deixar a liderança do PT no Senado, atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na véspera,...";

BRASÍLIA (Reuters) - O senador Aloizio Mercadante (SP) recuou nesta sexta-feira e afirmou que desistiu de deixar a liderança do PT no Senado, atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na véspera, Mercadante havia informado que deixaria o cargo, pois não aceitava a posição que o partido tomou no Conselho de Ética da Casa. Os votos de três senadores petistas foram fundamentais para a manutenção do arquivamento de 11 processos por quebra de decoro parlamentar contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
"Mais uma vez o presidente lula me deixa numa situação que eu não tenho como dizer não", disse Mercadante no plenário do Senado.
(Reportagem de Fernando Exman)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Oposição resolve não recorrer de decisão sobre Sarney

Conselho de Ética resolveu engavetar ontem 11 ações por falta de decoro parlamentar contra o presidente da Casa.

SÃO PAULO - A oposição não deverá recorrer ao plenário do Senado da decisão do Conselho de Ética que resolveu engavetar ontem 11 ações por falta de decoro parlamentar contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e uma representação contra o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM). A decisão da oposição é fruto de um acordo informal com os governistas, o qual permitiu que o tucano fosse absolvido por unanimidade no colegiado. Foram 15 votos pelo arquivamento da representação contra Arthur Virgílio, acusado de pegar emprestado dinheiro do ex-diretor geral do Senado Agaciel Maia e de pagar salário durante mais de um ano um funcionário de seu gabinete que morava no exterior. O Conselho de Ética também engavetou ontem as 11 ações contra Sarney."Os assessores técnicos do Senado afirmaram que não cabe recurso da decisão tomada pelo conselho. O recurso seria mais um ato político", afirmou o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN). Apesar das divergências em sua bancada, os democratas votaram unidos pela a abertura de processo contra Sarney.

Fonte: Diário do Comércio

Decisão do Conselho de Ética gera crise na bancada do PT


A decisão do Conselho de Ética do Senado de manter o arquivamento das ações apresentadas contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), aumentou a divisão dentro da bancada do PT na Casa.
Seguindo a orientação do Palácio do Planalto, três senadores petistas votaram contra os recursos da oposição que pretendiam dar andamento às investigações contra Sarney. O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), entretanto, criticou a postura dos colegas e reafirmou que seu cargo está à disposição da bancada.
"A minha vontade hoje verdadeira era sair da liderança do PT", destacou Mercadante a jornalistas.
"Só não vou contribuir para agravar a crise da bancada... Não reivindico continuar líder, não pleiteio, só não sou uma pessoa de deixar a minha bancada e o meu partido em um momento tão difícil."
Mercadante recusou-se a ler no Conselho de Ética uma nota do presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), orientando os senadores do partido a reforçar a defesa de Sarney. O gesto irritou os senadores do partido que integram o colegiado, já que todos temem o impacto negativo do posicionamento do partido nas eleições de 2010.
O presidente do Senado, que enfrenta uma série de denúncias, é visto pelo Palácio do Planalto como um aliado estratégico no Congresso e na construção da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência.
O líder do PT disse que era favorável à abertura de uma investigação sobre supostas irregularidades cometidas por Sarney na administração do Senado, como a suposta participação do peemedebista na edição de atos secretos. Com a sua recusa, no entanto, a nota do presidente do PT foi lida na sessão do Conselho de Ética pelo senador João Pedro (PT-AM).
A entrevista de Mercadante foi concedida após reunião com parte da bancada do PT no Senado, que mantém o apoio à permanência do senador no cargo. Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC), líder do governo no Congresso, que votaram junto com João Pedro pela manutenção do arquivamento das denúncias contra Sarney, não participaram do encontro.
"Seria hipocrisia eu ler uma carta que eu não concordo", argumentou Mercadante, lembrando que sua posição era igual à da maioria da bancada.
Não bastasse, a senadora Marina Silva (AC) anunciou nesta quarta-feira que está deixando o PT, possivelmente para se candidatar à Presidência da República pelo PV. E o PT deve ainda perder outra cadeira no Senado.
O senador Flávio Arns (PR) disse aos senadores petistas que também pretende sair da sigla, pois concluiu que o PT abandonou a bandeira da ética.
"Fico sem mandato, mas não fico no PT. Não estou nervoso nem decepcionado, estou envergonhado, profundamente envergonhado"m afirmou Arns a jornalistas, acrescentando que ainda não sabe seu destino.


Agência Reuters

Conselho mantém arquivamento das 11 acusações contra Sarney


Conselho de Ética mantém arquivamento das 11 acusações contra Sarney

Brasília - O Conselho de Ética do Senado rejeitou, há pouco, todos os 11 recursos que pediam o desarquivamento de sete denúncias e quatro representações contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Com isso, ele está livre da abertura de processo de cassação de mandato.
Apesar de o líder do PT, senador Aloisio Mercadante (SP), defender a abertura de pelo menos uma das acusações contra Sarney, os três senadores petistas no colegiado – João Pedro (AM), Ideli Salvatti (SC) e Delcício Amaral – votaram a favor do arquivamento das ações, seguindo orientação do presidente da sigla, Ricardo Berzoini, e do Palácio Planalto.
Além dos petistas, votaram pelo arquivamento das acusações contra Sarney os senadores peemedebistas Wellington Salgado, Almeida Lima e Gilvan Borges, Inácio Arruda (PcdoB-CE), Romeu Tuma (PTB) e Gim Argello (PTB-DF).
Os senadores do DEM Demóstenes Torres (GO), Rosalba Ciarlini (RN) e Eliseu Rezende (MG) e os tucanos Marisa Serrano (MT) e Sérgio Guerra (PE), além de Jefferson Praia, do PDT, votaram a favor do desarquivamento.




Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CPI da Petrobras rejeita requerimentos e deixa de fora investigação da Fundação Sarney


A base governista respondeu nesta terça-feira à manobra da oposição que permitiu o depoimento da ex-secretaria da Receita Federal Lina Vieira no Senado e rejeitou na CPI da Petrobras requerimentos apresentados pelos oposicionistas.
Com a medida, ficam de fora da investigação da CPI requerimentos polêmicos que pediam, por exemplo, informações sobre a prestação de contas da Fundação José Sarney e também de uma nova convocação da ex-secretária da Receita.
Após manobra tributária, relator da CPI da Petrobras vai propor mudança na legislaçãoCPI da Petrobras aprova plano de trabalho após suspender análise de 66 requerimentosEm represália à oposição, Jucá promete arquivar requerimentos na CPI da Petrobras
A fundação que leva o nome do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é acusada de desviar ao menos R$ 500 mil dos recursos repassados pela Petrobras para patrocinar um projeto cultural.
O dinheiro teria ido parar em contas de empresas com endereços fictícios e contas paralelas ligadas à família Sarney. O projeto nunca saiu do papel. A fundação teria recebido R$ 1,34 milhão da Petrobras entre o fim de 2005 e setembro passado para preservação de seu acervo.
A oposição defendia que a ex-secretária da Receita participasse da CPI para discutir a manobra tributária utilizada pela estatal para pagar menos impostos --o que resultou numa compensação fiscal de R$ 1,4 bilhão no final de 2008 para a empresa. O novo secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, falou na CPI sobre o artifício fiscal na semana passada e disse que a legislação é omissa sobre o tema.
Na votação, só o senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), representava a oposição. O relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), comandou a resposta e aproveitou o cochilo dos oposicionistas e a ampla maioria governista presente na reunião da CPI. Na votação foram aprovados dois requerimentos apresentados por governistas para convidar técnicos da Petrobras para prestarem esclarecimentos.
Serão ouvidos: Glauco Colleti, gerente-geral de implementação de empreendimentos para refinaria de Abreu e Lima, e de Sérgio Santos Arantes, gerente de engenharia de custos e prazos da Petrobras.
Os governistas ficaram irritados com o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Demóstenes Torres (DEM-GO), que se recusou a colocar em votação hoje requerimento que suspendia o depoimento Lina Vieira à comissão. Jucá, autor do requerimento, prometeu recorrer ao plenário da Casa contra a decisão do democrata.
Demóstenes argumentou, com base no regimento do Senado, que o texto apresentado pelo governista não atendia aos preceitos previstos na Casa. O presidente da CCJ desafiou Jucá a recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra a sua decisão, o que irritou o governista.
Depoimento
A ex-secretária da Receita Federal confirmou, em depoimento à CCJ do Senado, que se encontrou com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no final do ano passado, quando Dilma lhe pediu para agilizar as investigações da Receita sobre familiares do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Ela disse que seu objetivo não é prejudicar a ministra ou provocar polêmicas públicas, mas sim preservar a sua biografia.
Lina Vieira disse que o encontro foi solicitado pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, que foi à Receita Federal para marcar a reunião. Segundo a secretária, o circuito interno de imagens da Casa Civil tem condições de comprovar o seu encontro com Dilma.
"Certamente, no Planalto, deve ter a filmagem, eu entrando no quarto andar, entrando na sala. Eu não sou fantasma, deve ter alguma coisa em algum lugar registrado", afirmou.

Fonte: Folha de SP

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sarney se defende de acusação sobre imóveis em SP e diz que jornal faz campanha "nazista"

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou mais uma vez um discurso no plenário da Casa para se defender de acusações. Nesta segunda-feira (17), o peemedebista usou o microfone para atacar "O Estado de S.Paulo" e se defender da denúncia publicada pelo jornal de que ele teria apartamentos em São Paulo pagos por uma empreiteira.
Sarney se defende de acusação e diz sofrer campanha nazista
Para Simon, Senado é "pior do que o inferno""É com grande tristeza que vejo 'O Estado de S.Paulo' hoje, depois de uma decadência financeira que o levou a terceirizar sua administração, terceirizar sua redação, sua experiência e sua respeitabilidade. Transformou-se em um jornal que passou a ser, em vez de um jornal lido e respeitável, um tablóide londrino", comparou. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal proíbe desde o início do mês o jornal "O Estado de S. Paulo" de publicar informações sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga, entre outros, Fernando Sarney, filho do presidente do Senado."O jornal vem se empenhando em uma campanha sistemática contra mim, uma sistemática nazista de acabar com a imagem da pessoa até levar para a câmara de gás. Felizmente não temos câmara de gás no Brasil".
Leia mais
Empreiteira pagou dois imóveis usados pela família Sarney
PSDB afirma que não fará representações diante de nova denúncia contra Sarney
Conselho de Ética analisa na quarta-feira recursos contra Sarney
Oposição e aliados de Sarney travam disputa jurídica sobre decisão do Conselho
Filho de Sarney foi avisado de que seria alvo de açãoNo início da noite o jornal informou que não vai responder aos ataques do presidente do Senado.Ainda no plenário, o senador Pedro Simon (RS), do mesmo partido de Sarney, defendeu a cobertura do jornal paulista. Simon voltou a pedir, da tribuna do Senado, a renúncia de Sarney da Presidência da Casa. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse por meio do microblog Twitter que é "inexplicável" que Sarney "fique contra o esclarecimento" das últimas acusações.Imóvel "modesto"Sarney pediu para os colegas "refletirem" sobre o fato antes de falar em investigação. Disse que o apartamento que comprou "ainda durante a construção" é um imóvel "modesto", de 85 m2. "Eu comprei o primeiro apartamento ali em 1977 para ali morarem meus filhos. Esse apartamento, muitos colegas meus já foram lá e se admiraram: 'Como é que o presidente Sarney mora num apartamento de uma sala muito pequena e dois quartos?' E eu, quando vou a São Paulo me hospedo lá". O peemedebista disse que "devia ser louvado" por economizar diárias ao ficar em seu apartamento em São Paulo.
Liberdade de imprensa
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, cobrou do Tribunal de Justiça do Distrito Federal rapidez no julgamento da liminar que proíbe o jornal O Estado de S. Paulo de publicar reportagens sobre o empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP).
Leia mais aquiJosé Sarney afirmou ainda que seu filho Fernando Sarney adquiriu outro imóvel no mesmo prédio pela "facilidade", para que seus netos ficassem perto dos primos. "Meu filho colocou (o imóvel) no Imposto de Renda. A escritura ainda não foi passada porque ainda está sendo feito o pagamento. Mas meus filhos se defenderão por eles mesmos"."O que me traz à tribuna é que alguns colegas meus foram muito apressados, não procuraram nem saber do que se tratava e já pedem investigação sobre os imóveis de Sarney", reclamou citando, entre outros, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e Demóstenes Torres (DEM-GO). "Por causa de uma notícia de jornal instaurar uma investigação? Se alguém comprasse algum imóvel, se houvesse algum pagamento de imposto que não tivesse sido feito, se soubesse você denunciaria à Receita Federal. Mas o que tem isso com o Senado?"O presidente do Senado também reclamou do vácuo criado com a revogação da Lei de Imprensa, decidida pelo STF (Supremo Tribunal Federal). "A Constituição diz que nós temos direito à privacidade. E este país rasga a Constituição, porque nenhum de nós tem mais garantia à privacidade. Não temos lei de imprensa, não temos direito de resposta. O que devemos fazer? Submeter-nos a isso aqui que nós estamos vendo."

Fonte: Folha de SP

sábado, 15 de agosto de 2009

Sarney foi avisado em maio de atos secretos


Sarney foi avisado em maio de atos secretos, afirma ex-diretor
Ralph Siqueira desmente presidente do Senado, que foi à tribuna em junho dizer que desconhecia os boletins

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi informado no fim de maio da existência de atos secretos e da publicação às escondidas, ocorrida naquele mês, de todos esses boletins na rede interna da Casa. É o que afirma Ralph Siqueira, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, apontado como responsável pela inserção das medidas, de maneira oculta, no Boletim de Administração de Pessoal (BAP), sistema que divulga essas informações. Da tribuna, depois da reportagem do Estado em junho que revelou a existência desses boletins, Sarney disse que não sabia o que era um ato secreto. "Ele sabia", sustenta Ralph Siqueira.

Em entrevista ontem ao Estado, Siqueira se defendeu das acusações de que tentou legalizar, de forma encoberta, cerca de mil atos secretos - os 511 identificados em junho e os novos 468 descobertos pela primeira-secretaria na quarta-feira.

Todos seus superiores, segundo Siqueira, foram avisados - o diretor-geral, o primeiro-secretário "e o presidente da Casa"."Não houve sabotagem. Estou sendo penalizado por ter revelado, não por ter omitido", reclama.

À reportagem, ele relatou, em entrevista gravada, um encontro com Sarney entre 28 e 29 de maio, logo depois da nomeação de uma comissão para investigar esses atos. No despacho, segundo Siqueira, Sarney foi informado da existência de atos secretos e da inserção dos dados no sistema. "Ao presidente Sarney, comuniquei que havia sido nomeada essa comissão da qual eu participava e que havia indícios de omissão deliberada. Era meu dever falar ao presidente o que já tinha falado ao diretor-geral. Nesse despacho, eu disse que esses atos tinham sido disponibilizados na rede. Ele sabia."

Sarney, segundo Ralph Siqueira, teria até confirmado que anularia um desses atos, referente ao reajuste de salário dos chefes de gabinete de secretarias. "Ele (Sarney) disse que iria providenciar a anulação desse ato."

O despacho entre Siqueira e Sarney ocorreu, portanto, antes da publicação da reportagem do Estado no dia 10 de junho que revelou a prática de edição de atos secretos no Senado. Seis dias depois, da tribuna, Sarney afirmou aos senadores que não sabia o que era ato secreto. Naquele período, pelo que relata Siqueira, o senador já tinha conhecimento havia mais de 15 dias de que o Senado estava não só investigando o assunto, como também que os boletins haviam sido publicados às escondidas.

A revelação dos atos secretos pôs Sarney no centro da crise do Senado. Parentes e aliados do presidente da Casa foram beneficiados por esses boletins, cuja existência, depois do escândalo, ele passou a negar.

Siqueira assumiu a diretoria da Secretaria de Recursos Humanos em março, logo após a queda de João Carlos Zoghbi. Foi exonerado por Sarney no dia 23 de junho, em meio ao escândalo dos atos secretos. A participação de Siqueira na revelação desses boletins começou em abril.

No começo daquele mês, ele ordenou ao servidor Franklin Paes Landim que publicasse os boletins secretos. Em sua versão, Siqueira diz que não sabia na ocasião do caráter sigiloso desses documentos.

Avaliava, diz, que apenas uma "meia dúzia" de atos não havia sido disponibilizada na rede do Senado. "Eu não sabia que não tinham sido publicados. Achei que, por algum erro técnico, não tivessem sido disponibilizados", diz. "Se eu tivesse imaginado que seriam tantos boletins, não teria feito isso."

Em um encontro, ainda em abril, o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), teria, segundo Siqueira, alertado para a possibilidade da existência de atos secretos. "Ele me disse: ?estou ouvindo falar em atos secretos e gostaria que você checasse para eu ver o que é isso aí?. Aí eu comecei a observar o número de atos que estavam sendo colocados ." O ex-diretor afirma que somente no fim de maio foi avisado de que 600 atos haviam sido inseridos.

O nome de Ralph Siqueira veio à tona na quinta-feira, quando Heráclito afirmou que 468 novos atos secretos teriam sido colocados recentemente na rede interna do Senado. O senador classificou a atitude de "sabotagem" e insinuou que o grupo do ex-diretor Agaciel Maia estaria por trás disso. Ao Estado, Siqueira diz que essa nova leva entrou na rede entre abril e maio. E ele negou relação com Agaciel.

Procurada na noite de ontem - por e-mail e telefone -, a assessoria de Sarney não respondeu à reportagem até o fechamento desta edição.

Fonte; O Estado de SP

sábado, 8 de agosto de 2009

Sarney!, Vai acabar em pizza? Então peça pelo nome



Inspirada no presidente do Senado, que a cada dia escapa de uma acusação, pizza já pode ser encomendada na Conchetta


Vai acabar em pizza? Então peça pelo nome: – Sarney!

Bom apetite: Walter Taverna usa mussarela, pimentão, azeitona e aliche para dar cara à receita.


Newton Santos/Hype
Bom apetite: Walter Taverna usa mussarela, pimentão, azeitona e aliche para dar cara à receita.Se no Senado são precisos fortes aliados e manobras para que as acusações contra José Sarney (PMDB-AP) acabem em pizza, na Trattoria da Conchetta a receita pede pimentão, azeitona, aliche e mussarela para forrar. Pimentão para os óculos e nariz do presidente do Senado. Azeitonas desenham os olhos e o aliche, o bigode grisalho. Nada de ingredientes maranhenses. "Mas pode colocar na reportagem que a receita da pizza do Sarney já está no cardápio e que o cliente já pode pedi-la", avisa o proprietário Walter Taverna, 75, que ajudou o Diário do Comércio a desenhar a pizza com a cara do Sarney.


Newton Santos/Hype
Inspirada no presidente do Senado, que a cada dia escapa de uma acusação, pizza já pode ser encomendada na Conchetta.Seu Walter, o empreendedor mais conhecido do Bixiga, foi um dos criadores do maior bolo do mundo, servido todos os anos no aniversário de São Paulo, da maior pizza do mundo, oferecida para a comunidade no feriado de 9 de julho, do maior pão do mundo, preparado para o Dia das Crianças e de diversos eventos da região. E, com o DC, a pizza do Sarney. "É a primeira pizza inspirada na política, que já recebeu tantas inspirações de pizzas", disse. "Então, tem de ter um intercâmbio nessa história toda, não é?"

Neto de sicilianos, seu Walter morou toda a vida no Bixiga e vive inventando atrações para chamar a atenção do bairro, onde mantém suas quatro cantinas. Nos finais de semana, ele mesmo faz uma extravagante apresentação que batizou de "Funiculi, Funiculá": vai pro meio do restaurante e começa a atirar bandejas, baixelas de inox e tampas de panelas ao chão. Faz sucesso: há quem frequente as cantinas do empresário somente para assistir ao show.

"Vamos inventar um número para divulgar a pizza do Sarney e que ela acabe logo", zomba ele. "Vai servir de inspiração cada vez que tiver essas pizzadas em Brasília."

Fonte: DC

Conselho de Ética arquiva mais sete ações contra Sarney


Foto de Geraldo Magela / Agência

Conselho de Ética arquiva mais sete ações contra Sarney
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), arquivou nesta sexta-feira as sete últimas denúncias por falta de decoro parlamentar contra o presidente da instituição, José Sarney (PMDB-AP), enviadas ao órgão por partidos e parlamentares.

Na quarta-feira, Duque já havia rejeitado outras quatro acusações.

Os despachos desta sexta-feira se referem a três representações do PSDB, uma apresentada pelo PSOL e outras três denúncias dos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF).

Acusações por falta de decoro parlamentar podem levar a uma suspensão do senador ou até à cassação do mandato.

Duque não compareceu pessoalmente ao Senado. Os textos das decisões foram entregues à secretaria-geral por seu chefe de gabinete, Zacheu Barbosa.

"Eu recebi lacrado e entreguei lacrado. Só pode tornar público depois de ir à publicação (no Diário Oficial)", afirmou o chefe de gabinete.

O material acabou sendo liberado à imprensa pela liderança do PSDB. Paulo Duque alegou que o conselho não pode substituir o eleitor.

"Não pode este conselho ser nem o instrumento de ação político-partidária nem substituir o eleitor em sua decisão soberana como titular do poder do qual o Congresso Nacional nada mais é do que delegado", diz o parecer.

Assim como nas decisões de quarta-feira, Duque criticou a sustentação dos argumentos das ações. "A denúncia não pode ser uma mera coletânea de recortes de jornais", afirmou.

Os partidos e senadores podem entrar com recuso dois dias úteis após a publicação das decisões.

As representações arquivadas se referem a acusações de que Sarney estaria vinculado aos atos secretos (medidas administrativas não publicadas) e que teria favorecido empresa de propriedade de seu neto em operações de empréstimos consignados aos servidores do Senado.

Outra denúncia pede a apuração de suposto desvio de recursos da Petrobras na Fundação José Sarney.

(Reportagem de Ana Paula Paiva)

Agência Reuters

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sarney diz que fica e tropa de choque ameaça oposição com dossiê


Sarney diz que fica e tropa de choque ameaça oposição com dossiê
Aliados do presidente do Senado decidem 'vazar' denúncias de irregularidades praticadas por desafetos

Apoiados pelo Palácio do Planalto, os aliados do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), cumpriram à risca a estratégia montada na semana passada e voltaram do recesso acuando a oposição, que pede sua renúncia do cargo. O próprio Sarney, após indicar para aliados e familiares, na semana passada, que iria renunciar, ontem mudou de ideia, reforçou a corrente de resistência da tropa de choque e negou que vá deixar o cargo. "Isso não existe, isso não existe", repetiu, ao deixar o plenário.


Na sessão, os aliados de Sarney revelaram abertamente que preparam "dossiês" sobre senadores da oposição. Também "vazaram" denúncias de irregularidades praticadas por desafetos do presidente da Casa. "Eu peguei todos os atos. Xeroquei do original. Tem a assinatura de cada um dos líderes lá avalizando as atitudes tomadas pelo presidente. Eu tenho os documentos", avisou Wellington Salgado (PMDB-MG), da tropa de Sarney, em plenário. Pelo raciocínio do grupo, se ele cair, não será sozinho.

A senha para o ataque foi o discurso do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que pediu a renúncia de Sarney da presidência. Liderada por Renan Calheiros (PMDB-AL), a reação contou com a adesão de Fernando Collor (PTB-AL), que reeditou o estilo "bateu levou", da época em que presidiu o Brasil, entre 1990 e 1992, antes de ser alvo de processo de impeachment e ter o mandato cassado.

Momentos antes de o clima de beligerância tomar conta do plenário, Sarney saiu e se recolheu a seu gabinete. "Estou com um espírito muito bom. Nunca deixei de estar confiante", afirmou, ao ser indagado se estava tranquilo para enfrentar os 11 pedidos de investigação protocolados no Conselho de Ética.

Desde que assumiu, em fevereiro, Sarney vem sendo alvo de denúncias que envolvem emprego de familiares, uso de atos secretos no Senado e desvios da fundação que leva seu nome.

Os aliados passaram o início da tarde tentando pôr panos quentes na crise e refutando a hipótese de renúncia. "Isso aqui não é como time de futebol, que troca de técnico a toda hora", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). "Não existe possibilidade de renunciar", emendou Salgado.

Ao ser indagado sobre a nota do PMDB, divulgada anteontem, que aconselhou os dissidentes a saírem da legenda, em uma referência a Simon e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Jucá tentou amainar a crise. "Se estamos trabalhando para desidratar a crise, não há como jogar mais combustão", disse.

A decisão do Palácio do Planalto de apoiar Sarney foi tomada com base na certeza de que, se ele cair agora, a derrota será debitada pelo PMDB na conta do PT. O argumento é que o senador pode até não resistir à guerra e renunciar ao cargo, mas não é inteligente o PT empurrá-lo para o abismo. Ao contrário, trata-se, no diagnóstico do governo, de "tática suicida".

Na tentativa de baixar a temperatura da crise, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, reuniu ontem para jantar os senadores Renan, Aloizio Mercadante (PT-SP), Gim Argello (PTB), Jucá, Ideli Salvatti (PT-SC) e o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). A mesa era a expressão das divergências na base aliada. Berzoini criticou em tom duro a nota divulgada na semana retrasada por Mercadante pedindo o afastamento de Sarney.

LEGISLATIVO EM CRISE

10/6
Estado revela que Senado acumula mais de 300 atos secretos . Parentes de políticos, como o presidente José Sarney, se beneficiam

23/6
Sob pressão, Sarney demite dois diretores do Senado: Alexandre Gazineo e Ralph Siqueira

25/7
Estado revela que José Adriano Cordeiro Sarney, neto do senador, opera crédito consignado na Casa

3/7/2009
Estado informa que Sarney ocultou casa de R$ 4 milhões, em Brasília, da Justiça Eleitoral

9/7
Estado revela que Fundação José Sarney, em São Luís, desviou
R$ 500 mil de verba da Petrobrás

10/7
Polícia Federal instaura inquérito para investigar os atos secretos

13/7
Ministério Público decide investigar desvio na Fundação Sarney

15/7
Fernando Sarney, filho do senador, é indiciado pela PF por lavagem e formação de quadrilha

21/7
Conversas gravadas pela PF e reveladas pelo Estado mostram o senador articulando a contratação, por meio de ato secreto, de um namorado da neta, Bia

28/7
Ministério Público reprova contas da Fundação Sarney e decide intervir na entidade

30/7
Liminar do desembargador Dácio Vieira, próximo do clã Sarney, proíbe Estado de noticiar investigação contra Fernando Sarney

Fonte: O Estado de SP

Lula "quer distância" de Sarney


Lula "quer distância" de Sarney, diz Wall Street Journal
da BBC Brasil

Uma reportagem do jornal americano Wall Street Journal desta terça-feira afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "quer distância" do presidente do Senado, José Sarney.

No texto intitulado "Líder brasileiro quer distância de aliado", o correspondente do jornal em São Paulo, John Lyons, afirma que Lula "enfrenta um possível revés em meio a alegações de corrupção que colocaram pressão para que um importante aliado renuncie do comando do Senado".

O jornal diz que inicialmente Lula defendeu Sarney das acusações, mas que na semana passada, em uma entrevista coletiva, o presidente brasileiro "indicou que cortou seus laços, sugerindo que não vai mais defender Sarney".

"Uma aliança com Sarney ajudou a garantir maiorias para Lula e seu partido de esquerda, o PT, nos últimos anos."

Popularidade "medíocre" de Dilma

O jornal enumera algumas ações de Sarney e diz que o presidente do Senado tem falado que não vai renunciar ao cargo.

"Sarney pode enfrentar a tempestade. Mesmo se ele renunciar como presidente do Senado, ele provavelmente continuará sendo senador, dizem muitos analistas", afirma a reportagem.

"Ainda assim, uma renúncia sacudiria Sarney justo quando o presidente Lula precisa dele para liderar uma investigação no Congresso sobre práticas contábeis na estatal do petróleo [Petrobras]."

A reportagem também afirma que Sarney é importante para agregar votos a Dilma Rousseff, a candidata escolhida por Lula para as eleições presidenciais de 2010.

"Depois de dois mandatos no poder, Lula não pode se reeleger, e os índices medíocres de popularidade de Rousseff sugerem que ela vai precisar de uma coalizão multipartidária para vencer."



Fonte; Folha de SP

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Senado volta do recesso discutindo denúncias contra Sarney


(Foto: Paulo Liebert /AE)

Senado volta do recesso discutindo denúncias contra Sarney
Conselho de Ética já tem 11 pedidos de investigação contra peemedebista.
Na Câmara, ACM Neto (DEM-BA) investiga "farra das passagens".


Declarações de Lula liberam senadores do PT de apoio a Sarney, diz Cristovam Conselho de Ética já recebeu 11 ações contra Sarney Envolvidos na 'farra das passagens' serão processados pela Câmara, diz Temer

Depois de duas semanas de recesso, o Senado retoma suas atividades nesta segunda-feira (3) em crise e com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética. São 11 pedidos de investigação contra o presidente da Casa no colegiado, que realizará reunião nesta quarta-feira (5). Também terá espaço na semana a CPI da Petrobras, que na quinta-feira (6) tem a primeira sessão para a votação de requerimentos.

O período de folga dos senadores acabou servindo para ampliar a pressão contra Sarney. A divulgação de gravações que ligam o presidente do Senado aos atos secretos, entre outras denúncias, terminou por contaminar ainda mais o clima na Casa. Diversos senadores pedem a saída de Sarney do cargo e alguns já começam a especular nomes para a sucessão.

No Conselho de Ética, seis denúncias apresentadas pelo senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e cinco representações apresentadas por partidos, três do PSDB e duas do PSOL, pedem investigações contra o presidente da Casa por suspeita de quebra de decoro parlamentar. O presidente do colegiado, Paulo Duque (PMDB-RJ), aliado de Sarney, comandará a reunião de quarta-feira e terá de decidir sobre o arquivamento das denúncias ou a abertura de processos. Duque poderá também unificar algumas das denúncias e representações.

Sarney, no entanto, não é o único senador no Conselho de Ética. O PSOL já havia apresentado uma denúncia contra o ex-presidente da Casa e atual líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). A fila de denunciados deve crescer nesta semana. Calheiros já anunciou que irá pedir investigação contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no colegiado. O tucano também cogita levar ao Conselho o líder do PMDB.

Na área administrativa, o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, deverá divulgar nesta semana o relatório final da comissão que analisou os atos secretos. O relatório deve propor a demissão de servidores e a anulação de atos.


Em meio ao clima de disputa partidária, outra linha de investigação disputará os holofotes no Senado. A CPI da Petrobras tem marcada para quinta-feira (6) a primeira sessão de votação de requerimentos. Instalada depois de muitas disputas entre governo e oposição, a comissão deve ser palco de debates acalorados.

Câmara

Na Câmara, as denúncias contra parlamentares também devem ter destaque. Está nas mãos do corregedor da Casa, ACM Neto (DEM-BA), o relatório da sindicância que investigou a “farra das passagens”. O relatório recomenda a abertura de processos administrativos contra 44 servidores e ex-servidores da Casa.

Caberá agora a ACM Neto analisar se há indícios de envolvimento de parlamentares com o esquema de venda de passagens. O corregedor já afirmou considerar quebra de decoro parlamentar se algum deputado vendeu passagens de sua cota.

Fonte: O Globo

domingo, 2 de agosto de 2009

Sarney está prestes a renunciar ao cargo


(Foto: Paulo Liebert /AE)


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O senador José Sarney lutou muito, mas não conseguiu vencer os fatos. Ao decidir disputar a presidência do Senado, em fevereiro passado, acreditava que o cargo era uma garantia de imunidade para ele e a família - aquela altura já investigada pela Polícia Federal por suspeita de uma multiplicidade de crimes. A visibilidade, porém, teve efeito contrário e acabou colocando o mais longevo dos políticos brasileiros no centro de uma devastadora crise de no Congresso. José Sarney, o último dos coronéis, rendeu-se diante de tantos escândalos. Na semana passada, o senador disse ao presidente Lula que está cansado e que decidiu deixar o cargo.

"Não aguento mais. Vou negociar uma saída", afirmou, de acordo com um interlocutor privilegiado do presidente Lula. A conversa aconteceu na segunda-feira, pelo telefone, quando o presidente ligou para saber notícias sobre o estado de saúde de Marly Sarney, esposa do presidente do Senado, que se recupera de uma cirurgia em São Paulo. Sarney, de acordo com o relato feito pelo presidente Lula, estava abatido, disse que não conseguia dormir havia dias e se culpava pelo estado de saúde da mulher, que sofreu um acidente doméstico, fraturando o braço e o ombro.

Nos às vezes tortuosos códigos da política, desabafos como o do senador Sarney podem ser interpretados como um simples blefe, uma ameaça velada ou até chantagem de alguém em busca de proteção. Não é o caso. Desde o início da crise, Lula se empenhou pessoalmente na defesa do presidente do Congresso, sem qualquer pudor, a ponto de gerar constrangimentos ao seu partido, quando desautorizou publicamente o líder do PT, senador Aloizio Mercadante, que havia pedido o afastamento do presidente do Congresso. Depois da conversa telefônica com José Sarney, porém, Lula mudou completamente o tom.

Antes disposto a sacrificar um pouco da própria popularidade em troca de um punhado de votos no Congresso e de uma provável aliança com o PMDB na campanha eleitoral de 2010, o presidente vislumbrou a hora de mudar o discurso. Sarney? "Não é um problema meu. Não votei para eleger o presidente Sarney a presidente do Senado, nem para senador. Votei nos senadores de São Paulo. Quem tem que decidir se ele fica presidente é o Senado", disse o presidente em entrevista. Lula recolheu a bóia. Jamais, portanto, poderá ser acusado de ter associado sua credibilidade à tentativa de manter no cargo um presidente do Congresso envolvido em nepotismo, desvios dinheiros, contas no exterior... E, daqui a alguns dias, Lula pode, quem sabe, invocar até uma conveniente crise de amnésia: Sarney? Que Sarney?...

O presidente, o PMDB e seus aliados já começaram a discutir o futuro do Senado pós-Sarney, mas muito distante daquele que deveria ser o ponto de partida. Lula, por exemplo, está preocupado com questões mais práticas, como a sucessão. Trabalha para que Sarney renuncie, o que obrigaria o Senado a convocar novas eleições em cinco dias, evitando que a Casa ficasse sob o comando do vice-presidente Marconi Perillo, do PSDB. O PMDB, republicano como sempre, quer continuar com a presidência, mas tem dificuldades em encontrar um candidato que seja da absoluta confiança do partido e que tenha a ficha limpa - missão aparentemente impossível.

A desfecho da crise envolvendo Sarney representa um golpe contra as tradicionais oligarquias políticas brasileiras, mas não o definitivo - aliás, longe disso. Antônio Carlos Magalhães, Renan Calheiros, Jader Barbalho e Sarney produziram herdeiros, biológicos ou não, que mantêm vivas as seculares práticas coronelistas. O tamanho e a importância que tem o PMDB no cenário nacional é o maior exemplo disso. Como um câncer em processo de metástase, o partido é o abrigo seguro desse jeito peculiar de fazer política, destes grupos que continuam espalhados pela máquina do estado empenhados exclusivamente em girar a roda do fisiologismo e da corrupção.

Se a renúncia de Sarney se confirmar, alguém é capaz de imaginar que os indicados do senador no setor elétrico serão demitidos? Não, não serão. Eles continuarão lá, fazendo tudo que sempre fizeram, igualzinho ao que manda a cartilha atrasada pela qual rezam a maioria dos políticos brasileiros, independente a qual agremiação pertençam. Afinal, esta é, e vai ainda continuar sendo por muito tempo, a mais eficiente e segura forma de fazer política: trocando votos por cargos, permutando verbas por apoio, empregando parentes e amigos - tudo com o nosso dinheiro.

Fonte: Revista Veja

sábado, 1 de agosto de 2009

Lula diz que não se deve condenar Sarney por antecipação


BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira que não se deve condenar por antecipação o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Um dos principais aliados do governo no Congresso, Sarney enfrenta uma série de denúncias desde que assumiu o cargo, em fevereiro.

"Não quero para mim, não quero para o presidente Sarney e não quero para nenhum brasileiro julgamento precipitado sem que haja investigações corretas" disse Lula em entrevista à Rádio Itatiaia, na base aérea de Belo Horizonte (MG).

Sarney é acusado de cometer irregularidades na administração do Senado, empregar pessoas ligadas à sua família e desviar dinheiro público por meio de uma fundação que leva o seu nome.

Na terça-feira, o PSDB protocolou três representações contra o senador no Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro parlamentar, o que aumentou ainda mais a pressão para que Sarney deixe o cargo. Outras duas ações foram apresentadas pelo PSOL.

Se levados adiante, os processos podem causar a cassação do mandato do presidente do Senado.

"Estão tentando cassar pessoas por asfixiamento. O presidente Sarney está sendo denunciado por muitas coisas. Dá impressão que é apenas o presidente Sarney, e não é. É uma coisa histórica", acrescentou Lula.

(Texto de Ana Paula Paiva)


Fonte: Reuters

Renan comanda resistência à renúncia de Sarney


Estratégia é pôr a tropa de choque do PMDB para se revezar no Senado e denunciar erros da oposição


Renan Calheiros traça estratégia
BRASÍLIA - Decidido a comandar a resistência à possível renúncia do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ao cargo, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), resolveu esticar a corda e partir para cima da oposição. A estratégia é pôr a tropa de choque do PMDB para se revezar na tribuna do Senado, a partir desta segunda-feira, quando acaba o recesso parlamentar, denunciando ininterruptamente erros da oposição, em particular do líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM). No início da semana, o PMDB promete entrar com três a quatro representações contra o tucano no Conselho de Ética do Senado.


O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) foi escolhido como porta-voz do clima de beligerância que tomará conta da Casa na volta do recesso. "Na atual conjuntura, não tem ninguém limpo no Senado. A ética que era praticada pelos senadores não é mais aceita pela sociedade. Isso tem de mudar. Agora, o que não pode é encontrarem apenas um boi de piranha para isso, um boi com bigode", afirmou Salgado, um dos integrantes da tropa de choque de Sarney e do líder do PMDB.

Renan adianta que vai se reunir com os líderes partidários para definir os próximos passos na crise do Senado. "Licença ou renúncia não estão nas intenções do presidente Sarney. Isso interessa apenas a setores da oposição e a um pequeno segmento da mídia", disse o líder do PMDB.

Uma das estratégias da tropa de choque peemedebista é tentar pôr todos os senadores no mesmo balaio, nivelando por baixo a conduta dos parlamentares. "Existe uma lista de senadores que praticaram atos fora do padrão", ameaça Salgado, sem nominar esses parlamentares.

Renan avalia que será o alvo do bombardeio da oposição se Sarney sair agora. Quer, por isso mesmo, esticar a corda até o limite para encontrar uma solução negociada. Em conversas reservadas, o líder do PMDB tem dito que, se os tucanos não recuarem no ataque a Sarney, "vai sobrar para todo mundo". A bancada do PMDB no Senado tem ordem para radicalizar a ofensiva contra quem quiser posar de "vestal".

Preocupações

No comando da tropa de choque sarneyzista, Renan quer negociar um pacto de boa convivência no Senado. Acha que só nesse cenário de confronto, com a oposição também acuada, Sarney poderia renunciar. No diagnóstico dos aliados do presidente do Senado, sua saída, agora, poderia fragilizar ainda mais a base aliada.

Além disso, Sarney está preocupado com a artilharia apontada para sua família. Seu filho, Fernando Sarney, foi indiciado em quatro crimes pela Polícia Federal (lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e tráfico de influência).

O presidente do Senado quer evitar o que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva chama de "show de pirotecnia" nas investigações da PF. A interlocutores mais próximos, Sarney disse temer que, caso renuncie à presidência do Senado, seu filho seja algemado e preso.

Para os peemedebistas, Lula não tem interesse na renúncia de Sarney. "O presidente já deixou claro que para o governo é ótimo o Sarney estar ali", observou Salgado. "O presidente Lula age com coerência e firmeza. Ele acerta ao dizer que o Senado é que tem de resolver", afirmou Renan, ao minimizar as declarações de Lula de que a possível renúncia de Sarney era um problema do Senado. "O problema é do Senado, não é realmente do presidente da República", completou Almeida Lima (PMDB-SE), outro integrante tropa de choque sarneyzista, que se revezará nos ataques à oposição a partir da semana que vem.

Fonte: Eugênia Lopes e Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo