quarta-feira, 31 de março de 2010

Lula fez Ciro Gomes de trouxa.


Lula não perdoa. Se preciso,mata!

Lula fez Ciro Gomes de trouxa.

Somente Ciro pode dizer em que momento descobriu que estava sendo feito de trouxa.

Em meados do ano passado, com base em pesquisas de intenção de voto encomendadas pelo PSB, Ciro imaginou que poderia ser candidato à sucessão de Lula.

As pesquisas lhe davam bons índices de voto. E mostravam que, uma vez Ciro fora do páreo, a maioria dos votos dele migrava para José Serra (PSDB).

Nada mais razoável, pois, que fosse candidato para vencer, se possível, ou para ajudar Dilma Rousseff a vencer.

Para isso precisava que Lula lhe desse uma mão. Não só concordasse com sua candidatura, como lhe cedesse o apoio de alguns pequenos partidos comprometidos com a candidatura de Dilma.

O apoio de partidos aumentaria o tempo de propaganda eleitoral de Ciro no rádio e na televisão. O tempo do PSB não seria suficiente.

Lula cozinhou Ciro em fogo brando. Passou meses repetindo que jamais lhe pediria para deixar de ser candidato. Prometeu encaixá-lo, junto com Dilma, nas viagens oficiais pelo interior do país.

Levou Ciro para visitar o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. E foi só.

Mais tarde inventou aquela história sem pé nem cabeça de Ciro ser candidato ao governo de São Paulo. Pediu e obteve dele a transferência para São Paulo do seu domicílio eleitoral.

Por fim largou-o de mão.

Apoio de pequenos partidos?

Esqueça.

Foi quando Ciro começou a disparar contra a aliança PMDB-PT. E, de leve, contra Dilma.

Então Lula decidiu matar de vez a candidatura Ciro.

Em conversa com o governador de Pernambuco Eduardo Campos, presidente do PSB, queixou-se de Ciro. Disse que ele ultrapassara os limites permitidos para críticas. E ordenou ao seu modo: livre-se dele.

É o que Eduardo está pronto para fazer.

A próxima eleição presidencial deve ter um turno só, deseja Lula. Para perder ou ganhar com Dilma.

Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/03/30/lula-nao-perdoa-se-preciso-mata-279283.asp

segunda-feira, 29 de março de 2010

A 9 meses de sair, Lula tem aprovação recorde: 76%

A 9 meses de sair, Lula tem aprovação recorde: 76%

Alan Marques/Folha
Lula chega à quadra final de sua administração com cara de recordista. Segundo o Datafolha, o presidente é aprovado por 76% dos brasileiros.

Desde 1990, ano em que o instituto começou a produzir esse tipo de estatística, nenhum outro presidente alcançara semelhante marca.

Os índices de aprovação de Lula (ótimo ou bom) crescem pesquisa a pesquisa.

De agosto de 2006 para cá, escalou nove pontos –de 67% para os atuais 76%.

Considerando-se um intervalo maior –três anos— a escalada foi de notáveis 26 pontos percentuais.

Hoje, apenas 20% da população atribui a Lula a menção regular. É ínfimo o número de entrevistados que o consideram ruim ou péssimo: 4%.

Abaixo, algumas das informações mais relevantes trazidas à luz pelo Datafolha:

1. Entre as mulheres, a aprovação ao governo Lula subiu de 71% para 75% entre fevereiro e março.

2. No segmento formado pelos brasileiros com mais de 60 anos, a aprovação de Lula cresceu seis pontos. Foi de 67% para 73%.

3. Considerando-se as faixas de renda, um dos saltos mais notáveis na avaliação positiva de Lula foi anotado entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos (R$ 5.100). Pulo de 12 pontos –de 56% para 68%.


4. Em 2003, no alvorecer do primeiro mandato, esse mesmo segmento concedia a Lula aprovação bem inferior: 36%. Desde então, os índices de ótimo ou bom foram engordados em 32 pontos percentuais.


5. O avanço foi ainda maior –34 pontos— entre os integrantes de famílias com renda menor do que cinco salários mínimos (R$ 2.550,00). Nesse universo, a aprovação de Lula é, hoje, de 77%.

6. Entre os patrícios mais ecolarizados, com curso universitário, a aprovação do presidente foi de 65% para 70%.

7. Nas regiões Sul e Sudeste, a popularidade de Lula bate em 69%. O recorde dos recordes é obtido no Nordeste: 87%.

8. A despeito da superpopularidade de Lula, o Datafolha captou, na mesma pesquisa, dados eleitorais que sorriem mais para José Serra, presidenciável da oposição, do que para Dilma Rousseff, candidata do governo.

9. Um mês atrás, Dilma (28%) roçava os calcanhares de Serra (32%). Escassos quatro pontos separavam a candidata de Lula do líder oposicionista.

10. Hoje, a diferença ampliou-se para nove pontos. Serra foi a 36%. Dilma escorregou para 27%.

11. Uma evidência de que a transfusão de prestígio de Lula para a candidata dele é mais lenta do que gostaria o petismo.

Escrito por Josias de Souza às 05h33

Folha de S. Paulo

quarta-feira, 17 de março de 2010

Decisão sobre candidatura de Ciro Gomes sai em abril, diz presidente do PSB


x fecharFoto: Ricardo Stuckert/PR

O deputado Ciro Gomes, o presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante uma visita às obras do rio São Francisco, em outubro de 2009 (Foto: Ricardo Stuckert/PR )

Decisão sobre candidatura de Ciro sai em abril, diz presidente do PSB
Partido vai discutir manutenção da candidatura com presidente Lula.
Eduardo Campos (PSB-PE) minimizou resultado de pesquisas eleitorais.

Eduardo Bresciani
Do G1, em Brasília


O deputado Ciro Gomes, o presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante uma visita às obras do rio São Francisco, em outubro de 2009 (Foto: Ricardo Stuckert/PR )O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, afirmou nesta quarta-feira (17) que a decisão do partido sobre a candidatura à Presidência da República do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) deve ser tomada na primeira quinzena de abril. Campos e o governador do Ceará, Cid Gomes, que é irmão de Ciro, estiveram nesta tarde no Congresso Nacional para debater a questão dos royalties do petróleo.

Segundo Campos, no próximo mês haverá uma reunião do PSB com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o tema. A reunião era para ter acontecido neste mês, mas foi adiada para depois do prazo de desincompatibilização para quem está no Executivo e quer disputar a eleição, que vence na primeira semana de abril. Ciro, por ser deputado, não precisa se desincompatibilizar.



A decisão vai ser na primeira quinzena de abril. Decidimos adiar em função das decisões que vão ser tomadas agora no inicio de abril"
“A decisão vai ser na primeira quinzena de abril. Decidimos adiar em função das decisões que vão ser tomadas agora no inicio de abril”, afirmou Campos.

O presidente do PSB afirmou que o partido continua achando que a candidatura de Ciro é importante para a base aliada mesmo diante do crescimento da ministra Dilma Rousseff (PT). “A avaliação do PSB continua a ser que termos duas candidaturas pode garantir que o projeto do presidente Lula seja aprofundado.”



saiba mais
Presidente do PT não vê mais clima para aliança com Ciro ao governo de SP Após pesquisa, líder do governo diz que Dilma é favorita e Ciro perdeu discurso
O irmão de Ciro também afirmou que o partido continua defendendo a candidatura à Presidência. “O Ciro tem disposição pessoal de ser candidato, e o partido considera importante essa candidatura para o país. Por enquanto continua assim. Se houver alteração terá de ser do partido, que é quem delega a candidatura.”

CIRO GOMES VAI SER CANDIDATO A PRESIDENTE SEGUNDO PT DE SP


Foto Reutrs

O deputado Ciro Gomes já disputou a presidência em 2002. 03/10/2002

PT não vê mais clima para Ciro concorrer em SP
terça-feira, 16 de março de 2010


(Reuters) - O presidente do PT, José Eduardo Dutra, sinalizou nesta terça-feira que não aposta mais na possibilidade de o deputado Ciro Gomes (PSB), pré-candidato à Presidência da República, candidatar-se ao governo de São Paulo.

Capitaneado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT vinha tentando convencer Ciro a concorrer ao governo paulista como forma de transformar a eleição presidencial de outubro em uma espécie de plebiscito.

Ciro acenou que poderia concordar, chegando até a transferir seu domicílio eleitoral do Ceará para São Paulo. No entanto, além de reiterar sua disposição de concorrer ao Palácio do Planalto, nos últimos dias o parlamentar atacou líderes do PT paulista.

"O Ciro resolveu bater na gente, então deixa ele seguir a vida dele", afirmou Dutra à Reuters. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Ciro declarou que "o PT é um "desastre, lá em São Paulo especialmente".

Mas não é só o PT que desistiu de ter Ciro na disputa paulista. O próprio deputado já tomou sua decisão.

"São Paulo ele já descartou, não tem volta", afirmou à Reuters o senador Renato Casagrande (ES), secretário-geral do

PSB.

Segundo Casagrande, o PSB só decidirá em abril se Ciro entrará na corrida presidencial.

Para Dutra, do PT, apesar das resistências iniciais, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) deve aceitar a missão de disputar o comando do Palácio dos Bandeirantes pela legenda.

"Acho que ele vai ser candidato", concluiu. Mercadante inicialmente planejava tentar a reeleição ao Senado.

(Reportagem de Fernando Exman; Edição de Alexandre Caverni)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Vereadores e subprefeitos ficam só de cuecas em protesto em Roma


Vereadores e subprefeitos ficam só de cuecas em protesto em Roma
Esquerdistas reclamavam de corte de verbas feito pelo prefeito de direita.
Protesto foi inspirado no filme 'Ou tudo ou nada'.

Da AFP, em Roma

Cerca de 50 vereadores e subprefeitos da cidade de Roma "abaixaram as calças" diante da sede da prefeitura da cidade para protestar contra as políticas do prefeito de direita, Gianni Alemanno, e contra cortes do orçamento.

"Parques abandonados", "gente sem casa e casas sem gente", "o prefeito nos deixou de cuecas", diziam faixas levadas pelos manifestantes.


Os vereadores criticam o prefeito por não ter aprovado a dotação para a cidade por "motivos eleitorais", em vista das futuras campanhas de final de março na região do Lazio, onde fica Roma, explicou à AFP, Sandro Medici, subprefeito da região de Cinecittà.




Vereadores e subprefeitos de esquerda baixam as calças durante protesto contra o prefeito Gianni Alemanno nesta segunda-feira (15) durante reunião no Campidoglio, prefeitura da cidade. (Foto: AFP)

O protesto se inspirou no filme "The full monty" ("Ou tudo ou nada", em português), no qual um grupo de desempregados faz strip-tease para sobreviver.
Onze das 19 subprefeituras da capital são de esquerda. Já o prefeito Alemanno, militante da extrema direita durante a juventude e, agora, dirigente do partido Povo da Liberdade, de Silvio Berlusconi, ganhou de surpresa, em 2008, a prefeitura que disputava com o líder de esquerda, Walter Veltroni.

sábado, 13 de março de 2010

Lula admitirá ao Ministério Público que Jefferson o alertou sobre mensalão



Foto: ag Brasil


O presidente Lula vai reconhecer pela primeira vez que ouviu em março de 2005 do presidente do PTB, Roberto Jefferson, o alerta sobre o esquema para a compra de congressistas aliados, o mensalão. Isso acontecerá em resposta a questionário do Ministério Público Federal que consta de processo no STF. O mensalão foi revelado em entrevista de Jefferson à Folha três meses depois.


Presidente, no entanto, negará que conhece Marcos Valério e que o publicitário tenha ido à Granja do Torto.


Folha on line

sexta-feira, 12 de março de 2010

Gabriel Chalita - Escola de tempo integral

http://www.youtube.com/watch?v=QJTgRqrbFQ

CIRO GOMES APRESENTA PAULO SKAF PRESIDENTE DA FIESP PARA O GOVERNO DE SÃO PAULO

http://www.youtube.com/watch?v=PRH3WqRE55A

Ciro Gomes pré-candidato a presidente critica imposições do PT nos Estados


Foto: Agência Brasil

12/03/2010 - 07h32
Ciro Gomes pré-candidato a presidente critica imposições do PT nos Estados


PAULO PEIXOTO


da Agência Folha, em Nova Lima


O deputado federal e ex-ministro Ciro Gomes (PSB), pré-candidato a presidente, criticou ontem o PT por impor alianças a seus diretórios estaduais por conta do acordo nacional entre PT e PMDB.


Ciro citou os casos da senadora Roseana Sarney (MA) e do ministro e senador Hélio Costa (MG), ambos do PMDB.


"O pessoal está mandando o PT votar na Roseana Sarney no Maranhão. Olha que eu sou amigo deles [da família Sarney], mas a política é outra coisa. O pessoal está mandando o PT votar no Hélio Costa aqui em Minas Gerais. O que é isso? Não concordo", disse Ciro.


Para favorecer eleitoralmente a pré-candidata do PT a presidente, a ministra Dilma Rousseff, o governo federal e PT trabalham para impor arranjos políticos nos Estados.


Em palestra a empresários mineiros promovida pela revista "Viver Brasil", com apoio do grupo Usiminas, Ciro afirmou que a coalizão PT-PMDB não ocorre por "governabilidade, mas por tráfico de minutos de televisão para conservar o poder e despolitizar".


Ele disse que nem Dilma e nem o governador José Serra (SP), pré-candidato do PSDB a presidente, mudarão isso.


"Ao contrário, esses dois botam isso de barato no centro do poder. Nem sequer se aproveitará a oportunidade das eleições gerais para deixar o povo dar uma renovada: ampliar a bancada do PDT, do PC do B, do PT, do PSB, ampliar a bancada das pessoas corretas do PMDB. Hoje está o inverso."


Ciro disse que considera "fundamental" a realização de alianças e que com elas podem até aparecer aliados "problemáticos", mas que é preciso haver critérios. "Quando eu fizer uma aliança, vou anunciar o código de procedimento e o programa. Aí tudo bem, as contradições se diluem nisso."

sexta-feira, 5 de março de 2010

Ciro Gomes sabe o que diz quando duvida da candidatura Serra


Foto: Ag. Brasil

Opinião

Uma aposta sobre a decisão de Serra
Aristóteles Drummond


Um analista político não pode resistir a voltar a um tema já abordado, mas que a cada dia ganha contornos de uma realidade inevitável: a de que o governador de São Paulo, José Serra, não deixará o cargo e, portanto, deverá disputar a reeleição, não sendo candidato a presidente da República.


As pesquisas do final de semana passada demonstraram claramente que seu favoritismo era fruto de uma fotografia de momento, em que ele era o nome mais conhecido – e sua oponente, uma ilustre desconhecida. Poucos meses marcam o avanço, sem o menor sinal de resistência, de sua candidatura. Não pelos méritos da presença ou do carisma da candidata petista, mas justamente pela falta de carisma, de simpatia, força no mundo político e empresarial de seu oponente.


Sendo Serra candidato, o PP, PTB, PDT, PSB e outros partidos e forças políticas não veem sentido em deixar o doce convívio com o presidente Lula. Muito menos o PMDB tão cortejado, que, certamente, se sentiria mais confortável formando chapa com o PSDB e os democratas, por afinidades que existem desde a Constituinte.


O Sr. José Serra não é homem audacioso, embora ambicioso, e não deverá correr risco tão alto quando pode ser reeleito para governar o maior e mais importante estado da federação. Tem toda razão o deputado Ciro Gomes quando aborda esta questão e prevê a não-candidatura do governante paulista.


A mais, uma prova de que a candidatura Serra é encarada com pessimismo pelos políticos, é que não existe disputa pelo lugar de seu vice e, sim, movimentos e pressões junto ao governador de Minas, Aécio Neves, numa tentativa desesperada de obter o apoio dos mineiros.
Resta realmente saber se, dentro de menos de um mês, os tucanos se voltarão para o candidato natural que é (e entendemos que sempre foi) o governador Aécio Neves. Ou, então, se decidem optar pela solução Fernando Henrique Cardoso, que, na realidade eleitoral, pode não ser o ideal, pela sua idade e pelo desgaste de quem governou oito anos. Mas é melhor, e bem melhor, do que seu companheiro de partido e ex-ministro, que é homem cheio de arestas.


Tem mais: Serra sempre criticou o que deu certo no governo de FHC, que foi a política econômica, entregue a gente competente como Pedro Malan e Armínio Fraga. E no Ministério da Saúde foi um blefe, inclusive ao tentar se apossar da implantação dos genéricos no Brasil, uma iniciativa de Jamil Haddad, ministro de Itamar Franco.


O que fascina no atual quadro político nacional, no entanto, é que, em sendo José Serra candidato, provavelmente derrotado, saber quem será a liderança nacional que surgirá para a defesa das liberdades democráticas, da ordem, da iniciativa privada e do alinhamento do Brasil com seus tradicionais parceiros – e não com Venezuela, Irã e Cuba.


Quem assumir essa oposição, mantido o quadro político, será o sucessor de Dilma. Evidente que a oposição ao programa da candidata do presidente Lula, bem mais à sua esquerda, não seria o seu adversário, igualmente de esquerda, que viveu com entusiasmo os anos Allende no Chile, clima que o Brasil parece poder repetir 30 anos depois.
Vamos ter muitas novidades nas próximas semanas. Fica a aposta de que Ciro Gomes sabe o que diz quando duvida da candidatura Serra na corrida presidencial.


Aristóteles Drummond é jornalista e vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. ari.drummond@yahoo.com.br


Diário do Comércio de 3 de narço de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Ciro Gomes critica chapa puro-sangue e diz que Aécio tem força para ser candidato

Foto: Agência Brasil

03/03/2010 - 19h33
Ciro Gomes critica chapa puro-sangue e diz que Aécio tem força para ser candidato

GABRIELA GUERREIRO

da Folha Online, em Brasília

Pré-candidato do PSB à Presidência da República, o deputado Ciro Gomes (CE) criticou nesta quarta-feira a chapa puro-sangue do PSDB, caso o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), aceite sair candidato à vice-presidência da República na chapa do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Na opinião de Ciro, Aécio tem força suficiente para se lançar candidato à Presidência, e não à vice.
"A turma de São Paulo quer resolver esse problema no gabinete. Querem tirar a política do povo. O Aécio tem delegação para ser presidente, não para ser vice de um cara [Serra] que impede ele de ser presidente", afirmou.
Sem poupar críticas ao pré-candidato tucano, Ciro disse que Serra não pensa no partido, mas em um projeto pessoal de se tornar presidente da República. "Para o Serra não existe partido, mas opção particular da carreira dele."
Ciro disse ser "improvável" sair candidato à vice na chapa de Aécio, caso o governador mineiro volte atrás na decisão de não disputar o Palácio do Planalto. "Não é provável", afirmou.
O deputado reiterou que será candidato à Presidência da República, mesmo com as pesquisas apontando a probabilidade de segundo turno entre Serra a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). "A minha candidatura não tem essa miudice de motivação [provocar o segundo turno]. Nunca uma pesquisa nessa data foi o [resultado] que aconteceu lá na frente", afirmou.
Ciro declarou que, se depender da sua vontade, leva a sua candidatura ao Palácio do Planalto até o dia 3 de outubro --data das eleições. O parlamentar, porém, não descarta desistir da corrida presidencial se reavaliar as condições da disputa.
Ciro criticou o embate entre governo e oposição na pré-campanha, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a disputa seria uma comparação entre a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a sua.
"A briga entre o pessoal do Lula e do FHC amesquinhou a política nacional. O PT ficou contra o Plano Real por causa da briga provinciana de São Paulo. O Lula faz um governo para o mundo inteiro aplaudir. O que faz o PSDB? Fica contra. Se o Lula quer um plebiscito da turma dele e do FHC, é preciso mudar isso."
Mudanças
Ciro disse ser favorável às resoluções aprovadas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ontem com mudanças nas regras da disputa de outubro. Sobre a decisão do tribunal de restringir as chamadas "doações ocultas de campanha", Ciro disse que defende a medida porque é favorável à "transparência total" na política.
Em relação à Justiça Eleitoral poder disponibilizar a ficha criminal dos candidatos aos eleitores, Ciro disse que a medida é correta, apesar de não ser da "competência" do TSE. "Está fora da linha do TSE, mas acho bom também. Vou ter que ir não sei aonde buscar minha ficha e não fiz nada. Estou limpo", ironizou.

Saiba mais sobre o presidente Tancredo Neves (1910-1985)

15.jan.1985- Jorge Araújo Folha Imagem



16.abr.1984-Matuiti Mayezo/Folha Imagem

Leonel Brizola, governador do Rio de Janeiro, Ulysses Guimarães, deputado federal, Tancredo Neves, governador de Minas Gerais, Franco Montoro, governador de São Paulo, e Fernando Henrique Cardoso, senador, em passeata pelas Diretas Já

04/03/2010 - 07h33
Saiba mais sobre o presidente Tancredo Neves (1910-1985)
colaboração para a Folha Online
O presidente Tancredo de Almeida Neves nasceu em 4 de março de 1910 em São João del-Rei (MG). Formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, foi promotor público antes de começar na política em 1935, quando se elegeu vereador pelo Partido Progressista. Ficou no cargo até 1937, quando as Câmaras Municipais foram fechadas pelo Estado Novo.
Depois de exercer a advocacia por 10 anos, Tancredo foi eleito deputado estadual pelo PSD. Em 1950, foi eleito deputado federal. Três anos depois, assumiu o cargo de ministro da Justiça do segundo governo Getúlio Vargas. Na noite de 24 de agosto de 1954, ele redigia a carta de renúncia do Vargas no Palácio do Catete, quando ele se matou.
No mesmo ano, Tancredo foi reeleito deputado e, em 1955, assumiu a diretoria do Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Aliado de Juscelino Kubitschek, foi diretor da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil entre 1956 a 1958.
Nos dois anos seguintes, foi secretário de Finanças de Minas Gerais e disputou o governo do Estado em 1960, sendo derrotado por Magalhães Pinto, da UDN.
Depois da renúncia de Jânio Quadros em 1961, Tancredo foi nomeado primeiro-ministro durante o regime parlamentarista.
Em 1963, com o retorno do presidencialismo, ele voltou a ser deputado e foi um dos líderes do oposicionista Movimento Democrático Brasileiro, partido criado em outubro de 1965.
Tancredo foi deputado até 1978, quando ganhou a eleição para o Senado e, logo em seguida, fundou o PP. Em 1983, voltou para o PMDB e foi eleito governador de Minas.
No ano seguinte, renunciou ao mandato para participar do processo de redemocratização, quando foi um dos articuladores da campanha Diretas-Já. Com José Sarney na vice-presidência, Tancredo foi eleito presidente pelo Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985.
Na véspera da posse, em 14 de março, ele foi internado e Sarney assumiu o cargo. Depois de sete cirurgias, morreu no dia 21 de abril em São Paulo. Foi casado com Risoleta Guimarães Tolentino, com quem teve três filhos.

Centenário de Tancredo Neves é lembrado nesta quinta-feira


Foto: Wikimedia Commons

04/03/2010 - 07h08
Centenário de Tancredo Neves é lembrado nesta quinta-feira

DANIEL RONCAGLIA colaboração para a Folha Online

Se estivesse vivo, o advogado e empresário mineiro Tancredo de Almeida Neves (1910-1985), presidente, governador, senador, deputado e vereador, completaria 100 anos nesta quinta-feira. Presidente símbolo da redemocratização depois do regime militar (1964-1985), Tancredo morreu sem assumir o cargo em 21 de abril de 1985.

Com José Sarney na vice-presidência, ele foi eleito presidente pelo Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985, por 480 votos contra 180 recebidos pelo deputado Paulo Maluf. Depois de sete cirurgias e 35 dias de internação, a morte de Tancredo gerou longa comoção nacional em um momento sensível da história política do país.

A força e o simbolismo político de Tancredo ficaram evidentes ontem, quando o Senado foi palco de uma série de discursos de políticos de diversos partidos em homenagem ao seu centenário. Uma estátua de Tancredo foi colocada no salão Nobre do Senado.

O cientista político Rogério Bapstistini, da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, afirma que Tancredo era um político com duas qualidades: astúcia e prudência. "Isso fazia dele um político com visão excepcional dos problemas com capacidade de articular as forças em questão", diz.
Especialista em pensamento político brasileiro, Bapstistini afirma que Tancredo foi um político da velha guarda. "Era um político do tempo em que cabia ao Estado organizar a nação", explica o cientista político, lembrando que Tancredo teve uma trajetória marcada pela conciliação.
Para ele, a morte de Tancredo permitiu que "forças conservadoras", representada na figura de Sarney, dessem as coordenadas da redemocratização. "Talvez isso tenha selado o destino posterior da abertura democrática", diz.

No Congresso desde 1975, o deputado Mauro Benevides (PMDB-CE) afirma que foi amigo pessoal de Tancredo desde quando ele ajudou na sua primeira eleição ao Senado. "Recordo a serenidade com a qual Tancredo encarava os fatos emergentes para oferecer soluções", afirma.
Em 1977, durante o governo Ernesto Geisel, Benevides diz que Tancredo tentou uma saída de meio termo à proposta do regime militar de reforma política e do Judiciário. "Ele não queria que partíssemos para gestos extremos."

No entanto, ele foi vencido na recusa aos projetos do Executivo, o que levou o fechamento do Congresso por 20 dias e à criação dos senadores biônicos. "Tancredo era sempre aquele homem da ponderação, de conduta serena e de fidelidade aos princípios. Sempre foi um sábio na matéria de conduzir gestões", diz.

Herdeiro político de Tancredo, o governador Aécio Neves (PSDB) afirmou ontem, em discurso no Senado, que seu avó se sentia mais feliz quando fazia um acordo do que quando derrotava um adversário.

"Sabia ele que dividir, antagonizar, aprofundar diferenças e intransigências são sempre tarefas fáceis. E também é o caminho mais eficaz para transformar dificuldades em impasses instransponíveis. O difícil é construir o rumo e as bases para o caminho comum. É conciliar as diferenças em torno de objetivos maiores", afirmou o governador de Minas.

Para o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, deputado Eliseu Padilha (RS), Tancredo era um homem permanente aberto ao diálogo. "Um temperamento dócil, mas um guerreiro permanente das ideias da democracia, da participação popular e da resolução dos problemas da sociedade."

quarta-feira, 3 de março de 2010

Hillary busca apoio do Brasil a "objetivos comuns"



Foto: Ag Reutrs

03/03/2010 - 07h25
Em meio a divergências, Hillary busca apoio do Brasil a "objetivos comuns"
VALQUIRIA REYde Washington para a BBC Brasil


A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se reúne nesta quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, em um encontro que os Estados Unidos definem como uma oportunidade de superar "velhas divisões" em nome de "objetivos comuns".
O governo americano já adiantou que um de seus principais objetivos com a visita de Hillary é convencer o Brasil a usar a sua influência junto ao Irã para pressionar as autoridades iranianas a aceitar restrições em seu programa nuclear.


"Em um momento de grande desafio mundial, é particularmente importante olhar para além das velhas divisões e antagonismos e se concentrar em como podemos trabalhar juntos para avançar em objetivos comuns", disse Darla Jordan, porta-voz do Departamento de Estado, à BBC Brasil.
"Acredito que seja isso o que os líderes democráticos da região e a esmagadora maioria do seu povo estão fazendo", afirmou.


Segundo ela, o Brasil "é uma potência regional chave".
"Nós dividimos com o Brasil uma ampla e complexa gama de interesses que vão além das nossas fronteiras, incluindo o desenvolvimento social e econômico e a estabilidade democrática em todo o hemisfério ocidental e mais além."


Os prováveis temas da visita de Hillary incluem assuntos que recentemente marcaram divergências nas posições de Brasil e Estados Unidos, como a postura diante do programa nuclear do Irã, o impasse nas negociações sobre clima e comércio internacional e a relação com governos que têm um forte discurso antiamericano como Cuba, Venezuela e Bolívia.
América Latina


Apesar dos pontos de atrito, a secretária de Estado americana defende que o relacionamento de seu país com a América Latina melhorou no governo Obama em comparação com a gestão de George W. Bush.


De acordo com Hillary Clinton, o atual presidente lançou uma nova fase, que deverá fortalecer a relação entre os Estados Unidos e os países latino-americanos.
"Os vários líderes no hemisfério que têm acusado sem fundamento os Estados Unidos não estão mais encontrando tanta plateia", afirmou Hillary a jornalistas em seu primeiro dia de viagem na América Latina. "Isso mostra que a maneira como estamos conduzindo nossa diplomacia está sendo bem recebida."


A promessa de uma nova fase na relação com a região, no entanto, sofreu um forte desgaste e despertou críticas, inclusive do Brasil, com a decisão do governo americano de mudar sua postura sobre a crise política em Honduras e aceitar como legítimas as eleições realizadas no final de novembro.


A maioria dos governos latino-americanos defendia que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, deveria retornar ao poder antes da realização das eleições. Com o apoio dos Estados Unidos, o pleito acabou realizado sem a volta de Zelaya, que partiu para a República Dominicana após quatro meses abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
Os Estados Unidos também encontraram resistência na América Latina ao acordo de cooperação entre Washington e Bogotá, que prevê o uso de bases colombianas por tropas americanas.


Na avaliação de Peter Hakim, presidente do Inter-American Dialogue, centro de estudos sediado em Washington, o governo Obama não foi capaz de dar maior atenção à América Latina por três razões: agenda sobrecarregada, extremo partidarismo, que transforma determinados assuntos em batalhas políticas e ideológicas (como imigração, comércio, drogas e o embargo a Cuba, entre outros), e a falta de boa vontade de alguns países da região com os Estados Unidos.


"Muitos governos estão reivindicando demais, dando seguimento a políticas que são decepcionantes e irritantes para os Estados Unidos: a relação entre o Brasil e o Irã, por exemplo, ou as críticas às bases militares na Colômbia e a criação de um organismo alternativo à Organização dos Estados Americanos", avalia Hakim.


Para Peter De Shazo, diretor do Programa para as Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, há semelhanças em alguns aspectos da política de Obama e Bush para a América Latina. De acordo com ele, Bush tentou melhorar a relação com o Brasil, e Obama está muito interessado em dar continuidade a essa tendência.


"O presidente Obama é uma figura muito popular entre o povo brasileiro e em toda a região. A tendência é que seu governo se esforce em ter uma relação boa e produtiva com os países da região", diz De Shazo.
Irã


A grande expectativa nas reuniões de Hillary Clinton com o presidente Lula e com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, gira em torno da pressão que o governo americano deve fazer para que o Brasil apoie novas sanções ao Irã.


"Esperamos que o Brasil desempenhe um papel positivo para encorajar o Irã a restaurar a confiança da comunidade internacional, cumprindo todas as suas obrigações internacionais sem mais demora", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado.


Os americanos já manifestaram preocupação com a aproximação do Brasil e de outros países da América Latina com o Irã, em um momento em que estudam junto com os demais membros do Conselho de Segurança da ONU a hipótese de impor novas sanções aos iranianos por causa de seu programa nuclear.


O Brasil, que atualmente é membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU, já manifestou objeção a novas sanções e tem defendido o diálogo com o governo iraniano como melhor caminho para solucionar o problema.


"Os Estados Unidos reconhecem plenamente o papel crucial do Brasil na região. Reconhecem também sua independência", afirma Shannon O'Neil, analista de política latino-americana do Council for Foreign Relations. "Essa viagem envolve tentar persuadi-lo à posição americana sobre o Irã, e não obrigá-lo a isso."


O'Neil cita ainda outro possível assunto de interesse para os americanos na relação com o Brasil.
"O mesmo vale para a compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira", diz o pesquisador. "Os Estados Unidos gostariam de vender os Boeings ao Brasil, mas reconhecem a necessidade de competir pela oferta."


Sobre a possibilidade de um acordo para evitar uma retaliação comercial contra os Estados Unidos por conta dos subsídios concedidos pelo governo americano aos produtores de algodão, o governo americano se diz otimista.


"Os Estados Unidos estão interessados em identificar uma solução para esta situação, sem recorrer a medidas defensivas contra o Brasil", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado.