



Lei proíbe o humor político. Tem graça?
Agências - 28/7/2010
Se depender da legislação eleitoral atual, o humor está banido nessas eleições. A lei impede, por exemplo, o recurso à paródia e à caricatura – dois instrumentos seculares da verve humorística. E tradicionalmente da política.
O assunto é sério. Em nome de disciplinar o que partidos e candidatos dizem uns dos outros, a lei 9.504/97 está servindo também para calar a boca de humoristas profissionais, principalmente na televisão.
Ouvidos pelo jornal O Globo, os responsáveis pelos programas humorísticos de maior audiência foram unânimes. Nenhum pretende trazer as eleições para suas brincadeiras. Alguns pensam inventar personagens, para não deixar de falar nelas, nem que sejam candidatos fictícios. Nada de graças, paródias, ironias ou piadas com candidatos reais.
Os humoristas alegam que a lei cerceia a expressão, inibe a manifestação e ameaça os que satirizam o mundo da política. No seu artigo 45, a lei 9.504/97 proíbe as emissoras de televisão de fazer coisas que, "de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação". Quem a descumprir está sujeito a multa de até R$ 106 mil, que dobra em caso de reincidência.
Giane Carvalho/TV Globo/Divulgação/AEBussunda encarna o presidente Lula no Casseta & Planeta: por decreto, todas as irreverências cômicas com políticos estão banidas. Marlene Bergamo/Folhapress - 20.03.06À esquerda, Eduardo Suplicy é abordado pela turma do Pânico na TV.
José Patrício/AE - 08.03.10A mesa do CQC: Rafinha, Marcelo Tas e Marco Luque. Sergio Lima/ Folhapress - 21.09.09E o repórter Danilo Gentile, integrante do grupo.
O artigo serve de base para a Justiça impedir, por exemplo, que programas como Casseta & Planeta (TV Globo), CQC (Bandeirantes) ou Pânico na TV (Rede TV) usem as eleições como fonte de inspiração.
Em entrevista ao O Globo, o professor de Direito Constitucional da Uerj, Gustavo Binenbojm, diz que "apesar de buscar a lisura das eleições, a lei eleitoral brasileira incorre numa inconstitucionalidade, por ser incompatível com a liberdade de expressão".
O modelo da lei eleitoral dos Estados Unidos, segundo ele, é o mais liberal do mundo. "Confere aos veículos de comunicação total liberdade, inclusive para manifestar apoio a um determinado candidato. Na Europa, existem formas de regulação que procuram resguardar a imagem dos candidatos. Só que a lei brasileira é ainda mais restritiva. Produz um efeito silenciador sobre os veículos de comunicação. Isso é uma forma de censura".
Nos Estados Unidos, todo fim de ano, por exemplo, o próprio presidente da República costuma ser mestre de cerimônias num jantar com jornalistas exclusivamente dedicado a fazer graça às custas de sua própria administração. Vale relembrar a capa da revista The New Yorker que estampou para o mundo uma charge com o então candidato à Presidência dos EUA, Barack Obama, como radical islâmico, ao lado da esposa, Michelle, também devidamente paramentada como terrorista.
E o que dizer do sucesso dos Saturday Night Live inspirados em Hillary Clinton e Sarah Palin? A própria Hillary, com grande fairplay, apareceu em um dos programas humorísticos da Rede NBC.
Diário do Comércio de 28 de julho de 2010
Agências - 28/7/2010
Se depender da legislação eleitoral atual, o humor está banido nessas eleições. A lei impede, por exemplo, o recurso à paródia e à caricatura – dois instrumentos seculares da verve humorística. E tradicionalmente da política.
O assunto é sério. Em nome de disciplinar o que partidos e candidatos dizem uns dos outros, a lei 9.504/97 está servindo também para calar a boca de humoristas profissionais, principalmente na televisão.
Ouvidos pelo jornal O Globo, os responsáveis pelos programas humorísticos de maior audiência foram unânimes. Nenhum pretende trazer as eleições para suas brincadeiras. Alguns pensam inventar personagens, para não deixar de falar nelas, nem que sejam candidatos fictícios. Nada de graças, paródias, ironias ou piadas com candidatos reais.
Os humoristas alegam que a lei cerceia a expressão, inibe a manifestação e ameaça os que satirizam o mundo da política. No seu artigo 45, a lei 9.504/97 proíbe as emissoras de televisão de fazer coisas que, "de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação". Quem a descumprir está sujeito a multa de até R$ 106 mil, que dobra em caso de reincidência.
Giane Carvalho/TV Globo/Divulgação/AEBussunda encarna o presidente Lula no Casseta & Planeta: por decreto, todas as irreverências cômicas com políticos estão banidas. Marlene Bergamo/Folhapress - 20.03.06À esquerda, Eduardo Suplicy é abordado pela turma do Pânico na TV.
José Patrício/AE - 08.03.10A mesa do CQC: Rafinha, Marcelo Tas e Marco Luque. Sergio Lima/ Folhapress - 21.09.09E o repórter Danilo Gentile, integrante do grupo.
O artigo serve de base para a Justiça impedir, por exemplo, que programas como Casseta & Planeta (TV Globo), CQC (Bandeirantes) ou Pânico na TV (Rede TV) usem as eleições como fonte de inspiração.
Em entrevista ao O Globo, o professor de Direito Constitucional da Uerj, Gustavo Binenbojm, diz que "apesar de buscar a lisura das eleições, a lei eleitoral brasileira incorre numa inconstitucionalidade, por ser incompatível com a liberdade de expressão".
O modelo da lei eleitoral dos Estados Unidos, segundo ele, é o mais liberal do mundo. "Confere aos veículos de comunicação total liberdade, inclusive para manifestar apoio a um determinado candidato. Na Europa, existem formas de regulação que procuram resguardar a imagem dos candidatos. Só que a lei brasileira é ainda mais restritiva. Produz um efeito silenciador sobre os veículos de comunicação. Isso é uma forma de censura".
Nos Estados Unidos, todo fim de ano, por exemplo, o próprio presidente da República costuma ser mestre de cerimônias num jantar com jornalistas exclusivamente dedicado a fazer graça às custas de sua própria administração. Vale relembrar a capa da revista The New Yorker que estampou para o mundo uma charge com o então candidato à Presidência dos EUA, Barack Obama, como radical islâmico, ao lado da esposa, Michelle, também devidamente paramentada como terrorista.
E o que dizer do sucesso dos Saturday Night Live inspirados em Hillary Clinton e Sarah Palin? A própria Hillary, com grande fairplay, apareceu em um dos programas humorísticos da Rede NBC.
Diário do Comércio de 28 de julho de 2010
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRecrudescimento da direita? Tentativa de moralização, ou falso moralismo? Falta do que fazer, com tantos processos acumulados na Justiça e magistrado coçando as dobrinhas do Exmo. saco? Essas e outras coisas que você nunca quis saber e jamais sequer lhe passou pela cabeça perguntar pra não pagar de pentelho, na nova edição do CURSO BÁSICO DE JORNALISMO MANIPULATIVO ESTILO "PIG"! Baixe e leia já, em http://ht.ly/2lzAo
ResponderExcluirmas isso nâo é,nem nuca será um país sério.Osujeito deveria ter vergonha de entrar para política neste país.
ResponderExcluirAgora na bandeira do Brasil vai vir escrito :
ResponderExcluirORDEM PROGRESSO E IRONIA
é isso que todos os brasileiros vão fazer ja que não podem falar o que pensam!!!
cade a liberdae de expressão??!!!
Bom post, mas se possivel tire a música ou pelo menos a execução automática. De preferência a segunda opção e coloque a música no topo do blog, assim é possivel escolher se queremos ou não que ela toque. Às vezes atrapalha e não sabemos onde desligá-la, tem que rodar a página toda e muitos usuários podem fechar sua página sem ler só pra se livrar do barulho. É uma crítica construtiva, cara. Abraço!
ResponderExcluirVitor, ouvi ontem no cqc que haverá uma manifestação, acho que no rio, de todos os artistas contra esta ridicula censura. VocÊ sabe de alguma coisa? sabe qual o dia? aonde vai ser?
ResponderExcluirobrigado
se souber e puder me enviar um email falando
luizfilipesampaio@gmail.com
obrigado!!
eu to lascado por que tenho que fazer uma dissertação por conta dessa porcaria de ''politicos humoristas''
ResponderExcluirSerá que a liberdade de expressão está comprometida?
ResponderExcluirExistem programas que pegam pesado às vezes, mas não sem razão. Muito das sátiras que são feitas foram por escândalos que estão acontecendo ou aconteceram. Como por exemplo o "dinheiro na cueca, na meia" que todos os veículos jornalísticos mostraram, os programas de humor também satirizaram. É uma maneira de mostrar a população o que está acontecendo de verdade e até o que realmente pensam os políticos em relação à "imbecil população" que eles nem se preocupam em enganar, roubar.
Na minha opinião, as leis deveriam passar por voto popular e não decidido por meia dúzia de parlamentares, pois como exemplo, quando eles têm de decidir o aumento do salário mínimo, a porcentagem é baixa, causará furos em cofres públicos e nos seus próprios salários os aumentos são absurdos, sem contar os abusos como o do “CARTÃO CORPORATIVO”. Garanto que se colocassem o voto à população para decidir o quanto eles teriam que receber, também não daríamos aumento, pois não fazem jus à ele. Trabalhamos 40h semanais muitas vezes por R$ 510, os parlamentares além de não terem horário para entrada (não batem cartão na chapeira, nem o crachá na catraca de entrada), muitas vezes nem participam de leis e decisões importantes para o povo por não pertencerem aos partidos que propuseram o voto e os salários superam os R$ 20.000,00 sem contar as regalias como "cartão corporativo, passagens aéreas, adicional de moradia, adicional de refeição, adicional da ração do cachorro, do caviar das crianças, das contas de telefones da família, do taxi da empregada, etc", quando funcionários públicos e privados que fazem o País funcionar, alguns nem recebem uma cesta básica.
REVOLTANTE AS ATITUDES DOS POLÍTICOS DO BRASIL. SE NÃO HOUVER UMA RESPOSTA DA POPULAÇÃO, PODE TER CERTEZA QUE A DEMOCRACIA ESTÁ GRAVEMENTE AFETADA.
O brasileiro tem que aprender que nem tudo que os Estados Unidos fazem está certo. As eleições devem ser encaradas com seriedade, em nenhum momento as emissoras foram proibidas de investigar e divulgar falcatruas dos candidatos que apurarem de forma séria. Agora o humor muitas vezes é utilizado como uma forma descompromissada de produzir calúnias e difamações sob o manto da mal interpretada liberdade de expressão. É muito mais importante para a população receber notícias sérias e fundamentadas sobre os candidatos do que meras chacotas. Porque as emissoras como forma de revolta não divulgam os processos judiciais que cada candidato responde na justiça? Será que é porque em momento algum elas estão preocupadas em realmente fortalecer a democracia, mas apenas em ter audiência através de "micos" de auditório?
ResponderExcluirÉ que so eles podem rir e gozar da cara do povo
ResponderExcluire o povo tem q ver e calar ó 'que pais e esse'?