segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Lula recebe repúdio de empresários


Lula recebe repúdio de empresários
Sérgio Leopoldo Rodrigues - 20/12/2009 - 19h58

Patrícia Cruz/LUZ
"Como o presidente Lula tem força dos dois lados (capital e trabalho) poderá ajudar a buscar o que é melhor para o Brasil", Alencar Burti, da FacespO ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Miguel Jorge, entregará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, a carta da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), que manifesta a posição da entidade contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 231/95, em tramitação no Congresso Nacional, que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e aumenta para 75% o valor da hora extra.


Miguel Jorge recebeu, na última sexta-feira, o presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, o presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, e outros 11 dos 27 presidentes das federações que integram a CACB. Todas as federações, que representam mais de 2,2 mil associações comerciais (ACs), ratificaram o documento.


"O governo sempre teve sensibilidade em ouvir os empresários, conversar e negociar, ou seja, há uma disposição de estabelecer permanentes canais de diálogo", disse Miguel Jorge. O presidente da CACB enfatizou ao ministro a preocupação do empresariado brasileiro com os efeitos colaterais negativos no mercado de trabalho se a PEC for aprovada: "Deverá atingir em cheio as empresas, sobretudo, as micros, pequenas e médias, gerando mais desemprego e informalidade no País".


O perigo da automação – Alencar Burti, também presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), alertou que a redução da jornada elevará o custo da mão de obra forçando as empresas a aumentar a automação, o que reduzirá o pessoal empregado na produção. "Como o presidente Lula tem força dos dois lados (capital e trabalho) poderá ajudar a buscar o que é melhor para o Brasil", afirmou Burti.


Carga tributária – Os presidentes das demais federações presentes ao encontro salientaram que a aprovação da PEC aumentará também o Custo Brasil reduzindo a competitividade dos nossos produtos no mercado mundial, sobretudo, em relação aos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). "Já temos uma carga tributária e burocrática abusiva que tem grande impacto nos preços dos nossos produtos e serviços", afirmaram George Pinheiro, do Acre, e Sérgio Roberto Medeiros Freire, do Rio Grande do Norte.


Burti e Cairoli comunicaram ao ministro do Desenvolvimento que a CACB prosseguirá mobilizando as ACs de todo o Brasil para fazer pressão no Congresso Nacional contra a PEC, apesar das dificuldades impostas por um ano eleitoral que começa para valer em 2010. "Vamos pedir às associações comerciais que mostrem às empresas em seus municípios o perigo que representa a aprovação da redução da jornada para 40 horas semanais", afirmou Cairolli.


Presentes na reunião com Miguel Jorge os presidentes e diretores das federações de São Paulo, Rio Grande do Norte, Amazonas, Acre, Tocantins, Rio de Janeiro, Alagoas, Rio Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
Diário do Comécio de 20 de dezembro de 2009

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