sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Judiciário é a maior ameaça à liberdade de imprensa hoje, diz Ayres Britto por Jair Stangler


Foto: Agência Brasil

Jair Stangler

O ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, declarou nesta sexta-feira, 26, que o Poder Judiciário é, hoje, a maior ameaça à liberdade de imprensa em nosso País. O ministro participou na tarde desta sexta do Seminário Cultura de Liberdade de Imprensa, promovido pela TV Cultura. Também participaram do evento o ministro Franklin Martins e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

“Não perco oportunidade de cortar na própria carne”, continou Ayres Britto. “Há nichos que parecem vigorar no passado. A lei de imprensa foi sepultada pelo STF e uma parte do Judiciário parece não entender isso”, completou. O ministro concordou que constituem censura decisões como a que proibiu o jornal ‘O Estado de S.Paulo’ de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga o empresário Fernando Sarney, filho de José Sarney.
Ayres Britto comentou ainda a decisão do STF que derrubou os dispositovos da Lei Eleitoral (9.504/1997). “O humor é o tipo de crítica mais sarcástico, mais cáustico. E a gente disse o quê? É plena a liberdade de imprensa, inclusive em época de eleição. Conseguimos emplacar a ideia de que o humor a sátira são atividades tipicamente de imprensa”, afirmou.

Para Ayres Britto, não pode haver outra lei sobre liberdade de imprensa além da própria Constituição. “Para a nossa Constituição, a liberdade de imprensa não conhece meio termo, não é uma liberdade pela metade. Ou é total ou não é liberdade de imprensa”, afirmou.

“Há um regime constitucional sobre a liberdade de imprensa, a Constituição é a lei orgânica sobre liberdade de imprensa. Nenhuma outra lei pode ter a pretensão de conformar a liberdade de imprensa, a não ser pontualmente. Direito de resposta, direito de indenização, participação de empresas estrangeiras, tudo isso é matéria lateralmente de imprensa, mas não é o núcleo duro. Onde se afirma o núcleo duro da liberdade de imprensa, não pode haver lei. Não pode haver lei dispondo sobre o tamanho e a extensão da liberdade de imprensa, e sua duração”, acrescentou.

De acordo com o ministro, a liberdade de imprensa se antagoniza com outros bens de personalidades como o direito à intimidade, à imagem, à vida privada e à honra. “Não há como conciliar esses blocos sem uma precedência cronológica de um sobre o outro. Os países que se orgulham do patamar elevado de civilização, esses países chegaram a uma conclusão: a liberdade de imprensa tem precedência, tem primazia, seja qual for o debate físico ou tecnológico”, afirma. “O outro bloco incide a posteriori, no plano das responsabilizações. dizer o contrário, é defender a censura prévia. Nenhum poder pode dizer o que o jornalista pode ou não pode escrever, isso é rechaçado radicalmente pela Constituição”, completa.

Ao longo de sua fala, o ministro Ayres Britto fez uma defesa apaixonada do jornalismo. ”Quem forma a opinião pública, por definição, é a imprensa. É o locus do pensamento crítico, que é um pensamento elaborado, racionalmente urdido. A imprensa cumpre o papel de buscar a essência das coisas, tem uma função emancipadora, é irmã siamesa da democracia. No mundo inteiro, mantém uma relação de unha e carne com a democracia. A imprensa é serviente da democracia, e a democracia é a meninas dos olhos da Constituição, o valor mais alto”, afirmou.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/radar-politico/2010/11/26/judiciario-e-a-maior-ameaca-a-liberdade-de-imprensa-hoje-diz-ayres-britto/



Presidente Lula discursa na abertura da 4ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) _(Georgetown, Guiana, 26/11/2010) _Foto: Ricardo Stuckert/PR

Cara da política externa de Dilma será a mesma de Lula


A substituição de Amorim não representa uma mudança; Dilma luta para dizer que ela é a presidente, em um país que a elegeu como um pseudônimo de Lula (Michel Euler / AFP)

Diplomacia

Cara da política externa de Dilma será a mesma de Lula

Na bolsa de apostas para o Itamaraty, não há surpresas: seja quem for o chanceler, prosseguirá a política lulista, mas sem o carisma do presidente
Manuela Franceschini

A substituição de Amorim não representa uma mudança;

Na disputa pela vaga do ministério das Relações Exteriores, figuram quatro homens e quatro mulheres. Lideram Antônio Patriota, atual secretário-geral do Itamaraty, e Maria Nazareth Farani Azevedo, ex-chefe de gabinete de Amorim, representante do Brasil na ONU em Genebra, considerada uma das diplomatas mais experientes

O ministro Celso Amorim tentou mas, ao que tudo indica, não continuará à frente da chancelaria brasileira. Sua substituição, no entanto, está longe de ser um componente de mudança do governo de Dilma Rousseff. A razão para a troca é outra: “Dilma luta para dizer que ela é a presidente, em um país que a elegeu como um pseudônimo. A saída de Amorim entra na tentativa de firmar sua autonomia”, afirmou ao site de VEJA o sociólogo Demétrio Magnoli.

Na disputa pela vaga do ministério das Relações Exteriores figuram quatro homens e quatro mulheres. Entre os homens, lidera Antônio Patriota, atual secretário-geral do Itamaraty. Dilma pode escolher ainda entre Maurício Bustani, ex-embaixador em Londres (atualmente em Paris) e José Viegas, embaixador em Roma, que já foi ministro da Defesa e é próximo a José Dirceu. O nome de Nelson Jobim também entrou na bolsa de apostas.

Entre as mulheres, a mais cotada é Maria Nazareth Farani Azevedo, ex-chefe de gabinete de Amorim, representante do Brasil na ONU em Genebra, considerada uma das diplomatas mais experientes. Também aparecem na lista Regina Dunlop, embaixadora número dois da missão brasileira na ONU; Vera Lúcia Machado, subsecretária-geral de Política, com 42 anos de carreira diplomática; e Maria Luiza Viotti, primeira embaixadora do Brasil na ONU, que representou o país no voto contra as sanções ao Irã.

Continuísmo - Para todas essas opções, a linha é continuísta. “Patriota é herdeiro intelectual do Amorim. Todos os outros também são muito alinhados a ele. A única possibilidade de alguma pequena mudança seria Jobim, o que sinalizaria uma movimentação em relação ao plano militar na política externa”, avaliou Alberto Pfeifer, membro do Conselho Empresarial da América Latina e analista do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da Universidade de São Paulo (Gacint-USP).

Para Christian Lohbauer, também membro do Gacint, estes nomes fazem parte de uma escola ‘nacionalista’ do Itamaraty, que começou com Araújo Castro, diplomata do período imperial. “Eles foram doutrinados conforme o pensamento de que o Brasil pode mudar a geografia nacional, priorizando a agenda sul-sul, o que não traz benefício econômico nenhum”, afirmou.

Nesta estratégia, segundo Lohbauer, Lula se saía melhor. “Ele tem uma personalidade que se impõe, e foi criada uma imagem dele no mundo por sua história de vida. Esse carisma Dilma não tem. Ela é mais técnica", disse. "Na política externa, não haverá o mesmo traquejo e a mesma popularidade que Lula teve. Por isso, Dilma será ainda mais refém dessa escola. Montarão a agenda dela e terão muito mais força do que tinham com a autonomia moral de Lula.”

Futuro - A nova chancelaria deve continuar a abrir embaixadas. Sob a batuta de Lula, o Ministério das Relações Exteriores inaugurou 62 representações diplomáticas e consulares pelo mundo. Atualmente, o país conta com 212 postos.

Muitos destes postos, no entanto, não têm qualquer relevância no cenário político e econômico internacional. “É a miragem do Brasil potência. Partindo disso, passa-se a acreditar que o país pode interferir em assuntos como o conflito no Oriente Médio e a questão nuclear no Irã”, afirmou Magnoli. “Essa miragem foi a base da política externa do governo Lula, continuará sendo a do governo Dilma, e faz com que o Brasil multiplique suas embaixadas em uma campanha estridente para conseguir uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU. Ou seja, a cara da nova política externa é a mesma da anterior.”

REVISTA VEJA

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Símbolos e Hinos

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Símbolos e Hinos

Portal Brasil

Os símbolos e hinos são manifestações gráficas e musicais, de importante valor histórico, criadas para transmitir o sentimento de união nacional e mostrar a soberania do país. Segundo a Constituição, os quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil são a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão da República e o Selo Nacional. Bandeira NacionalApós a proclamação da República, em 1889, uma nova bandeira foi criada para representar as conquistas e o momento histórico para o país. Projetada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares, foi inspirada na Bandeira do Império, desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret.

Aprovada pelo Decreto nº 4, de novembro daquele ano, manteve a tradição das antigas cores nacionais - verde e amarelo - do seguinte modo: um losango amarelo em campo verde, tendo no meio a esfera celeste azul, atravessada por uma zona branca, em sentido oblíquo e descendente da direita para a esquerda, com os dizeres “Ordem e Progresso”.

As estrelas, que fazem parte da esfera, representam a constelação Cruzeiro do Sul. Cada uma corresponde a um Estado brasileiro e, de acordo com a Lei nº 8.421, de 11 de maio de 1992, deve ser atualizada no caso de criação ou extinção de algum Estado. A única estrela acima na inscrição “Ordem e Progresso” é chamada Spica e representa o Estado do Pará.

Arquivos para baixar:
Bandeira do Brasil (jpg) Bandeira do Brasil (cdr)
Bandeira do Brasil (eps)

HinosEm 1890, por meio do Decreto nº 171, a composição musical do maestro Francisco Manoel da Silva é conservada como o Hino Nacional Brasileiro e durante um período aproximado de 32 anos, cantavam o hino com letras diferentes e inadequadas, nem sempre ajustadas à beleza e a dignidade da música. Somente às vésperas do 1º Centenário da Independência, em 6 de setembro de 1922, o Decreto nº 15.671 oficializa a letra definitiva do Hino Nacional Brasileiro, escrita por Osório Duque Estada em 1909.

Existem também outros hinos nacionais, que representam símbolos importantes para o país. O mais antigo é o Hino da Independência, composto pelo próprio D. Pedro I. O Hino da Bandeira, escrito pelo poeta Olavo Bilac, foi apresentado pela primeira vez em 1906.

Há ainda a Canção do Expedicionário, o hino cantado pelos pracinhas que lutaram a 2a Guerra Mundial na Europa.

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Hino Nacional Brasileiro (pdf)
Hino Nacional Brasileiro (mp3)
Hino da Independência (pdf)
Hino da Independência (mp3)
Hino da Proclamação da República (pdf)
Hino da Proclamação da República (mp3)
Hino à Bandeira Nacional (pdf)
Hino à Bandeira Nacional (mp3)
Canção do Expedicionário (pdf)
Canção do Expedicionário (mp3)

Selo O Selo Nacional do Brasil é baseado na esfera da bandeira nacional. Nele há um círculo com os dizeres “República Federativa do Brasil”. É usado para autenticar os atos de governo, os diplomas e certificados expedidos por escolas oficiais ou reconhecidas.

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Selo Nacional (jpg)
Selo Nacional (cdr) Selo Nacional (eps)

Brasão da República O Brasão de Armas do Brasil foi desenhado pelo engenheiro Artur Zauer, por encomenda do Presidente Manuel Deodoro da Fonseca. É um escudo azul-celeste, apoiado sobre uma estrela de cinco pontas, com uma espada em riste. Ao seu redor, está uma coroa formada de um ramo de café frutificado e outro de fumo florido sobre um resplendor de ouro. O uso do brasão é obrigatório pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e pelas Forças Armadas. Também estão presentes em todos os prédios públicos.

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Armas da República (jpg
Armas da República (cdr)
Armas da República (eps)

Fonte: http://www.brasil.gov.br/sobre/o-brasil/estado-brasileiro/simbolos-e-hinos

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Custos de Mandato de Vereador em São Paulo

Muito se tem dito ou escrito sobre os gastos dos vereadores paulistanos, durante o exercício do seu mandato. No entanto, poucas pessoas sabem o conteúdo e de que forma os vereadores utilizam as verbas disponíveis para o cumprimento do seu mandato. Neste ícone, vamos dar toda a transparência à população de como cada vereador utiliza a verba de que dispõe. Ao ler este texto, você vai observar que um vereador paulistano tem representação similar a um Prefeito na esmagadora maioria dos municípios de São Paulo.

Para que as informações sejam completas e o cidadão possa tirar suas conclusões, é preciso, primeiro, algumas considerações. Segundo estimativas do IBGE, vivem em São Paulo, 11.037.593 pessoas. Cada um dos 55 vereadores, portanto, representaria cerca de 200.683 pessoas. Um número surpreendente, já que dos 645 municípios existentes no Estado de São Paulo, em 607, ou seja, 94% desses municípios, vivem menos de 200 mil pessoas, o que significa dizer que cada vereador poderia ser Prefeito desses municípios, tal a sua representatividade.
Para tentar atender de maneira adequada a essa população, cada vereador dispõe de 18 funcionários para administrar o seu Gabinete, segundo o Regimento Interno da Câmara.

Recorrendo-se novamente às contas, cada funcionário, portanto, seria “responsável por atender 11.149 paulistanos (dividindo-se as 200.683 pessoas por 18 funcionários)”. Uma população maior do que vivem em 308 municípios do Estado de São Paulo (47,75%). Quer dizer, cada funcionário do gabinete do vereador poderia ser “prefeito” desses municípios, com população até 11 mil habitantes.

Dentre as principais atividades exercidas pelo vereador estão; atender ao munícipe por telefone, e-mail, pela internet, pessoalmente ou visitando comunidades, acolher e dar encaminhamentos às reivindicações, propor leis e fiscalizar o seu cumprimento por parte do Executivo.

Cada Gabinete dispõe de uma verba para o pagamento mensal pela mão-de-obra dos seus 18 assessores parlamentares, que hoje é de R$ 84.407,60. Além desse montante, o vereador ainda dispõe de uma verba de R$ 15.393,75, conforme as Leis 13.637/03 e 14.381/07, para que o vereador possa custear despesas advindas das tarefas demandadas do mandato como serviços gráficos, correios, assinatura de jornais, deslocamentos por toda a cidade, materiais de escritório e etc.

Apenas como exemplo, se um vereador fosse enviar correspondência para 200 mil pessoas, prestando contas do seu mandato, desembolsaria cerca de R$ 100 mil por mês só com os correios.

As despesas geradas diretamente pelo vereador são ressarcidas mediante a apresentação de notas fiscais ou documentos equivalentes. Despesas com locação de veículos, correio, por exemplo, são geradas através de contratos globais e debitados da cota do gabinete.
Cada vereador utiliza essa verba de forma diferente de conformidade com o exercício do seu mandato. Há vereadores que utilizam muito mais dos correios, por exemplo.

Clique aqui e saiba como o seu vereador a utiliza.

Fonte: http://www.camara.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=360&Itemid=66

Dilma Rousseff - A primeira mulher a governar o Brasil

REUTERS / Bruno Domingos

EUNICE MICHILES, 81, foi a primeira senadora do país. Eleita no Amazonas, em 1979, pela Arena. Não está mais na política


Foto: Arquivo do Jornal Folha de SP

MARIA LUIZA FONTENELE, 67, eleita a 1ª prefeita de capital, Fortaleza, em 1985, pelo PT. É do movimento Crítica Radical

Foto: Arquivo do Jornal Folha de SP

ROSEANA SARNEY, 57, eleita primeira governadora do país, no Maranhão, em 1994, pelo então PFL. É governadora pelo PMDB

Foto: Arquivo do Jornal da Folha de SP

LUIZA ERUNDINA, 75, eleita primeira prefeita da maior cidade do país, São Paulo, em 1989, pelo PT. É deputada pelo PSB

Foto; Arquivo do Jornal Folha de SP

sábado, 20 de novembro de 2010

Plano do PT é ter Câmara já e Senado em 2013


Mesmo sem acordo, partido articula para tentar chegar ao comando do Senado em dois anos

Denise Madueño / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Sem força para exigir a divisão do comando do Senado com o PMDB nos próximos quatro anos, o PT vai adotar dois caminhos no acerto com os peemedebistas: quer participar da escolha do nome do PMDB para presidir a Casa a partir de 2011 e deixar a porta aberta para disputar o segundo biênio, mesmo confrontando um nome peemedebista.

A cúpula petista, nas diversas reuniões internas e com a presidente eleita, Dilma Rousseff, reconhece a limitação à Câmara do acordo para o rodízio no comando das Casas do Congresso.

O partido, no entanto, deverá esperar a definição do nome dos ministros do futuro governo para assinar o termo de compromisso apresentado, há dez dias, pelo vice-presidente eleito e presidente do PMDB, Michel Temer (SP), sobre a divisão do comando da Câmara. No documento, os dois partidos concordam em dividir a presidência nos próximos quatro anos. A demora na assinatura do acordo pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, provoca desconfiança na cúpula peemedebista.

O partido teme que os petistas estejam trabalhando para permanecer na presidência da Câmara pelos dois biênios.

Ao mesmo tempo em que setores do PT permitem a desconfiança do PMDB inflando o confronto, na cúpula petista, a orientação é evitar precipitações, ter paciência de monge budista e força para conter o que consideram excesso de ousadia dos peemedebistas.

O último ato desse embate foi o anúncio da criação do blocão, minado em seguida pela atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar forçar a composição do ministério de Dilma e isolar o PT na disputa no Legislativo.

Senado. Nos próximos dois anos, os petistas pretendem articular apoios e construir uma candidatura forte para eleger o presidente do Senado para o biênio que vai de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2015.

Na desconfiança mútua que persiste entre os dois aliados, o PT considera inseguro ficar nas mãos do PMDB, presidindo a Câmara e o Senado, durante o ano eleitoral, quando estará em jogo a cadeira de Dilma Rousseff.

Perfil. Ainda sem poder para enfrentar o PMDB no Senado, o PT trabalha para influenciar a escolha do peemedebista que presidirá a Casa a partir do próximo ano. O partido quer um nome fiel à presidente eleita Dilma Rousseff e um aliado que não cause transtornos para o governo.

Nesse perfil, agrada o nome do senador eleito e ex-governador Eduardo Braga (PMDB-AM) e estão excluídos os senadores peemedebistas considerados de oposição, Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS), e os eleitos, Ivo Cassol (RO) e Luiz Henrique da Silveira (SC). Caso o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), queira permanecer no cargo, terá o apoio do PT.
Fonte: Jornal O Estado de SP

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Suplicy canta Geraldo Vandré no Senado

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1376962-7823-SUPLICY+CANTA+GERALDO+VANDRE+NO+SENADO,00.html

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PMDB já tem favoritos a ministérios e alvos a serem derrubados

Por Leonardo Goy

BRASÍLIA (Reuters) - O PMDB já tem uma lista com alguns nomes que pretende emplacar no ministério da presidente eleita Dilma Rousseff, e também uma relação de peemedebistas que deverão perder o apoio da legenda para permanecer na Esplanada dos Ministérios.

Dois senadores do partido disseram à Reuters, sob a condição de anonimato, que um dos nomes mais fortes para ser apresentado à Dilma é o do senador Edison Lobão (MA), para voltar a ocupar o Ministério de Minas e Energia.

O ex-governador do Amazonas e senador eleito Eduardo Braga (PMDB-AM) também integra a lista de ministeriáveis do partido, assim como o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco, também cotado para a presidência da Caixa Econômica Federal.

Para voltar ao comando do Ministério de Minas e Energia, Lobão tem a seu favor o fato de que, na sua passagem anterior pela pasta, acabou se aproximando de Dilma.

Os dois trabalharam juntos na elaboração do marco regulatório do pré-sal quando Dilma estava na Casa Civil e o desempenho de Lobão foi bem avaliado pela presidente eleita. Além disso, a opção por Lobão contempla o grupo político do presidente do Senado, José Sarney, que controla politicamente o ministério e o sistema Eletrobrás.

Já a possível indicação do nome do senador eleito Eduardo Braga envolve disputa com outro partido da base, o PR. Nos bastidores, há pressões para que ele se torne ministro dos Transportes, mas a pasta é controlada pelo PR desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nas conversas que tiveram nesta semana com o presidente do PT, José Eduardo Dutra, os líderes do PR deixaram claro que não querem abrir mão do controle da pasta --que, somente na área de rodovias, tem estimativa de investimentos de 48,4 bilhões de reais entre 2011 e 2014, segundo previsões do chamado PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento 2).

Mas, segundo um cacique do PMDB, a movimentação em torno da indicação de Braga para os Transportes estaria mais relacionada à disputa regional, no Amazonas, entre o ex-governador e o também senador Alfredo Nascimento (PR-AM). Presidente do PR, Nascimento ocupou o Ministério dos Transportes duas vezes nos governos Lula.

Segundo as fontes do PMDB, Braga teria interesse em ser ministro dos Transportes, "mas já ficaria feliz se o Alfredo Nascimento não for para lá".
Depois de ter participado do governo Lula em seus dois mandatos com vários ministros, mesmo sem ter disputado as eleições como aliado formal, o PMDB entra pela porta da frente no novo governo. Não só fez parte da coligação eleitoral como colocou como candidato a vice de Dilma o presidente da legenda, deputado Michel Temer.

JOGANDO CONTRA

Se o PMDB tem uma lista de favoritos, também tem a dos alvos prioritários para serem derrubados do primeiro escalão. Três caciques peemedebistas --dois senadores e um deputado-- disseram que o partido não deverá dar suporte à permanência de Nelson Jobim no Ministério da Defesa ou em outro cargo na Esplanada dos Ministérios.

A avaliação dentro do partido é a de que Jobim não se empenhou na campanha de Dilma. "Ele não participou de nada", disse um senador peemedebista. Jobim é amigo pessoal do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), adversário derrotado por Dilma na eleição presidencial.

Outra crítica a Jobim feita por seus colegas de partido é a de que ele participaria pouco da "vida partidária". A mesma crítica, aliás, é feita ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que também não deverá ter suporte para continuar no governo.

Além disso, os dois não fazem exatamente parte da cota do partido. Jobim foi uma escolha de Lula no auge do chamado caos aéreo, e Temporão é uma indicação direta do governador do Rio, Sérgio Cabral.

Pós-eleição, oposicionistas pressionam governo no Congresso

Por Carmen Munari

SÃO PAULO (Reuters) - Após a derrota nas eleições presidenciais, a oposição promete pressionar o governo nas principais votações que o Congresso tem pela frente neste ano. A tática é procurar constranger o Executivo apresentando propostas que possam contentar segmentos da sociedade, mas que não devem ser aceitas pelo governo.

Os alvos são o Orçamento da União de 2011 e a proposta para exploração do petróleo da camada pré-sal. No caso do Orçamento, a primeira batalha será em torno do valor do salário mínimo que passará a vigorar a partir de 1o de janeiro de 2011.

Atualmente em 510 reais, o mínimo recebeu proposta por parte da oposição de elevação para 600 reais, enquanto partidos da base aliada como o PDT, apoiados pela centrais sindicais, sugerem 580 reais. No projeto de Orçamento, o governo prevê 538,15, podendo arredondar para 540 reais.

O líder do Democratas, deputado Paulo Bornhausen (SC), é autor de uma das propostas de 600 reais. "Este é o salário mínimo que defendemos na eleição com (José) Serra e Indio (da Costa) e dissemos que era possível", disse Bornhausen à Reuters.

Para assegurar o aumento acima do que prevê o governo, Bornhausen sugere usar parcela dos 17,7 bilhões de reais da nova estimativa de arrecadação federal, valor acima do previsto. Ele argumenta que a previsão extra de recursos seria apropriada por emendas do relator do Orçamento, Gim Argello (PTB-DF).

"(A proposta) acende o sinal amarelo do Congresso, que tem a prática de concentração de recursos no relator", explicou.

Os tucanos também defenderam o valor de 600 reais em emenda e reajuste de 10 por cento para os aposentados que recebem acima de um mínimo, que é previsto em 5,52 por cento.

"Queremos que o governo diga de público porque não poderá fazer os aumentos. Porque vamos mostrar os mecanismos para isso, sem que os aumentos tornem o Orçamento deficitário", afirmou o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), coordenador da bancada nas discussões do projeto de Orçamento.

O governo deve conceder alguma compensação para o valor do salário mínimo, caso contrário não teria agendado para a próxima terça-feira um encontro com representantes das centrais sindicais em que devem estar presentes os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Carlos Eduardo Gabas (Previdência).
Pela regra atual, o mínimo deve ser reajustado pela inflação acumulada em 12 meses mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Ocorre que o PIB em 2009 apresentou uma pequena variação negativa (0,2 por cento), em função da crise financeira mundial, o que comprometeu a regra.

Outro assunto espinhoso são as compensações dos benefícios concedidos pela Lei Kandir. O relator do Orçamento informa por meio de sua assessoria que fechou em 3,9 bilhões de reais o valor da compensação aos Estados. O PSDB, no entanto, apresentou emenda destinando 5,2 bilhões de reais aos Estados. Cálculos recebidos pelo partido indicam que os governos estaduais deixaram de arrecadar 19,5 bilhões de reais desde 2005 em virtude da desoneração das exportações.

A meta do governo é votar o relatório preliminar do Orçamento na semana que vem e o definitivo até o fim do ano.

Bornhausen, no entanto, afirma que o objetivo da oposição é outro: votar a emenda 29, que prevê 20 bilhões de reais para o setor de saúde, segundo o deputado, afastando a possibilidade da volta da CPMF.

"Pode votar (o que quiser) este ano, desde que vote a emenda 29", ironiza. Já os tucanos acreditam que é cômodo para o Executivo não aprovar o Orçamento este ano e pretendem votar o projeto até o final de dezembro.

ROYALTIES DO PETRÓLEO

Quanto à regulamentação da exploração do petróleo do pré-sal, cujos projetos tramitam no Congresso há mais de um ano, o debate foi paralisado pela polêmica em torno da distribuição dos frutos da exploração, os chamados royalties.

Hoje, apenas os Estados produtores recebem esses valores, tendo Rio de Janeiro e Espírito Santo entre os principais. Pela proposta, todos os Estados receberiam recursos.

Do lado do governo, o objetivo é separar do texto a parte que trata dos royalties para discutir o assunto com os governadores eleitos no ano que vem.
Para os tucanos, segundo o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, todas as regiões devem receber os recursos, mas os produtores devem ficar com uma parcela maior. A destinação do dinheiro, explicou, seria dirigida aos investimentos para evitar a absorção pelo custeio das máquinas estaduais.

Segundo o Democratas, a orientação é liberar a bancada, para que cada deputado atenda seu Estado de origem.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Tiririca leu e escreveu, segundo o TRE

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1373293-7823-TIRIRICA+LEU+E+ESCREVEU+SEGUNDO+O+TRE,00.html

Tiririca vai provar que é alfabetizado ao TRE

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1373105-7823-TIRIRICA+VAI+PROVAR+QUE+E+ALFABETIZADO+AO+TRE,00.html

Tiririca é submetido a exame gráfico pela Justiça Eleitoral


Presidente do TRE-SP, des. Walter de Almeida Guilherme, com o livro
Justiça Eleitoral - uma retrospectiva, utilizado no ditado de Tiririca.

O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, leu e escreveu, na manhã de hoje, em audiência realizada no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). O juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, submeteu Tiririca a teste de ditado e leitura. Tiririca é réu em ação penal que apura se houve falsidade ideológica na declaração de alfabetização entregue no pedido de registro de candidatura com vistas às eleições 2010.

Silveira aplicou um ditado de texto extraído aleatoriamente da página 51 do livro Justiça Eleitoral- uma retrospectiva, publicado em 2005 pelo TRE-SP. Além disso, o juiz solicitou que Tiririca lesse dois trechos de matérias publicadas hoje em jornal de grande circulação na capital, para demonstrar que sabe ler e sua compreensão.

De acordo com o presidente do TRE-SP, des. Walter de Almeida Guilherme, Tiririca se recusou a fazer perícia para avaliar a veracidade da declaração apresentada mas destacou que “o material coletado durante a audiência é suficiente para o juiz chegar a uma conclusão.”

Depois dos testes, o juiz deu continuidade ao processo para colher novos elementos. Serão ouvidas, ainda hoje, quatro testemunhas: duas arroladas pela defesa e duas pela acusação.

Segundo Almeida Guilherme, a ação penal não impede a diplomação do candidato eleito pois não ataca seu mandato. A partir da diplomação, Tiririca passa a ter foro privilegiado e o processo é encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (art. 53, § 1º da Constituição Federal).

A denúncia, oferecida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), foi recebida em 4 de outubro, com base no art. 350 do Código Eleitoral, que prevê pena de até cinco anos de reclusão e o pagamento de multa por declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita para fins eleitorais em documento público.

O processo segue em segredo de justiça. O presidente informou que, considerando o grande interesse público, o sigilo foi parcialmente suspenso para que somente os atos realizados na audiência de hoje fossem divulgados.

Tiririca foi eleito com 1.353.820 votos para o cargo de deputado federal nestas eleições, pela coligação Juntos por São Paulo (PR / PT / PRB / PC do B / PT do B) e é filiado ao Partido da República (PR).



Assessoria de Comunicação Social

TRESP

Tiririca 'leu e escreveu' em audiência, diz presidente do TRE-SP

Tiririca acena ao retornar ao prédio do TRE-SP após o almoço (Foto: Roney Domingos/ G1)

Tiririca 'leu e escreveu' em audiência, diz presidente do TRE-SP
Deputado federal eleito participou de audiência na Justiça eleitoral.
Processo apura escolaridade e veracidade da declaração de alfabetização.
Roney Domingos
Do G1 SP

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, desembargador Walter de Almeida Guilherme, disse na tarde desta quinta-feira (11) que o deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, "leu e escreveu" durante audiência realizada para apurar a veracidade de sua declaração de escolaridade.

A sessão foi retomada à tarde para que sejam ouvidas as testemunhas de acusação e de defesa. Tiririca não quis se submeter à coleta de material para perícia, mas o desembargador entende que a realização do teste acabou superando a necessidade de nova análise de sua grafia. "Este teste acabou dando o resultado que daria a própria perícia", disse o desembargador.

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Tiririca deixa sede do TRE em São PauloTiririca permanece em tribunal eleitoral após 3 horas'A vontade popular não pode tudo', afirma promotor sobre caso TiriricaAdvogado de Tiririca protocola defesa e juiz determina sigiloO presidente do TRE não quis comentar o desempenho de Tiririca, deputado federal mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos.

"Não conheço o processo e seria leviano dizer. É o juiz (responsável pelo caso) que vai dizer isso", afirmou o desembargador. "Foi ditado e ele escreveu. Se escreveu mal ou bem, não vou dizer, não sei. Na hora de ler, ele leu. Se bem ou mal, é o juiz que vai avaliar", afirmou.

Durante o teste, Tiririca teve de ler o título e o subtítulo de duas páginas de um jornal paulistano. Os textos são da edição desta quinta: uma reportagem sobre o filme que homenageia Ayrton Senna e outra sobre a ação do Procon sobre estabelecimento que vendia produto vencido.

Ele também foi submetido a um ditado, extraído do livro “Justiça Eleitoral – Uma Retrospectiva”. O deputado eleito teve de reproduzir o seguinte trecho: “A promulgação do Código Eleitoral, em fevereiro de 1932, trazendo como grandes novidades a criação da Justiça Eleitoral”.

"Ele veio de manhã para fazer eventualmente uma perícia. Ele se recusou a fazer a perícia como permite a lei no sentido fazer dado de auto-incriminação. Mas o juiz na sua prerrogativa pediu a ele que se submetesse a um teste. Então o juiz fez um ditado, aleatoriamente, que caiu na página 51. Ele escreveu aquilo que foi dito. Depois o juiz perguntou se ele se submeteria a um teste de leitura e ele leu, título e subtítulo", afirmou Guilherme.

Tiririca chegou por volta das 9h à sede do TRE, na Bela Vista, região central de São Paulo. Ele estava acompanhado por seguranças, que estavam em outro veículo. Antes de entrar no elevador, fez um breve aceno aos repórteres que o aguardavam em frente ao edifício.

Segundo o presidente do TRE, é possível que a Justiça Eleitoral decida ainda nesta quinta a ação penal. “É possível que ele [o juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloisio Sérgio Rezende Silveira] decida hoje”, disse o desembargador ao chegar ao tribunal.

Ação penal
Segundo o TRE, a resolução nº 23.221 dispõe que "a ausência do comprovante de escolaridade poderá ser suprida por declaração de próprio punho, podendo a exigência de alfabetização do candidato ser aferida por outros meios, desde que individual e reservadamente".

A denúncia, oferecida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), foi recebida em 4 de outubro com base no artigo 350 do Código Eleitoral, que prevê pena de até cinco anos de reclusão e o pagamento de multa por declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita para fins eleitorais em documento público.

Fonte: Globo.com

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Paulo Skaf promete transformar 'sonhos' de retorno da CPMF em 'pesadelos'

Presidente da Fiesp disse que entidade não terá limites na luta contra a recriação do tributo
Daiene Cardoso, da Agência Estado
SÃO PAULO - O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou nesta segunda-feira, 8, que a entidade não terá limites na luta contra a possível recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Skaf, que foi candidato a governador de São Paulo pelo PSB e apoiou a candidatura da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), criticou os que sonham com o retorno da CPMF. "Tenham cuidado. Vamos fazer com que esses sonhos virem pesadelos", ameaçou, durante a abertura do Congresso da Indústria 2010, na capital paulista.

Ele prometeu que os idealizadores do possível regresso da contribuição se arrependerão da ideia porque a sociedade não aguenta mais impostos. "Não teremos limites em nossas atitudes", avisou. Durante a abertura do congresso, ele defendeu a regulamentação da Emenda 29, que assegura os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, e disse que o governo federal terá em 2011 uma arrecadação prevista em R$ 1 trilhão.

"Que fique bem claro: a sociedade brasileira não vai aceitar qualquer tipo de aumento tributário", reforçou. De acordo com Skaf, a possível volta da CPMF abriria brecha para a criação de impostos em áreas específicas, como segurança e educação. O presidente da Fiesp defendeu que a sociedade exija qualidade no serviço público sem aumento da carga tributária. "Queremos qualidade no respeito às pessoas", afirmou. Os empresários discutirão durante todo o dia temas como reforma tributária e trabalhista e levarão as conclusões a Dilma.


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,skaf-promete-transformar-sonhos-de-retorno-da-cpmf-em-pesadelos,636608,0.htm

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mesário tenta roubar a cena na votação de Dilma Roussef

CCJ do Senado aprova proposta que impede vice de suceder presidente

CCJ do Senado aprova proposta que impede vice de suceder presidente

Pelo projeto, vice-presidente só poderá ser substituto.Em caso de vacância do cargo teria de se convocar nova eleição.

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (3) uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que não permite mais ao vice-presidente suceder o presidente em caso de vacância de cargo.

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Pela proposta, o vice seria apenas o substituto temporário do titular. Na impossibilidade da volta do presidente, seriam convocadas novas eleições. O projeto precisa ser votado ainda duas vezes no plenário do Senado antes de ir para a Câmara.

Pelas regras atuais, o vice sucede o presidente no caso de morte, de impeachment ou de doença gravíssima do titular, completando assim o seu mandato.

O projeto altera dois artigos da Constituição e permite ao vice apenas substituir o titular. Em todos os casos mencionados (morte, impeachment, doença gravíssima) seria necessário convocar novas eleições para presidente em 90 dias. Caso a vacância aconteça nos dois últimos anos de mandato, a eleição, de acordo com a proposta, seria realizada em 30 dias e de forma indireta, pelo Congresso Nacional.

O relator da PEC, Demóstenes Torres (DEM-GO), afirma que a intenção é garantir o maior tempo possível do exercício do cargo por um presidente eleito. “A intenção é essa mesma, é para enfraquecer mesmo o vice e para ter sempre um presidente eleito”.

Se a proposta estivesse em vigor, Itamar Franco (PPS-MG), por exemplo, não teria sucedido Fernando Collor (PTB-AL) após o impeachment em 1992. Demóstenes Torres reconheceu que, se a proposta virar lei, um possível prejudicado seria Michel Temer (PMDB), vice eleito na chapa de Dilma Rousseff (PT).

O projeto prevê ainda que a nova regra vigore também para os deputados federais, determinando que um suplente não pode suceder o titular. No caso do Senado, Demóstenes Torres afirma que outra PEC já aprovada na comissão determina também nova eleição para evitar que o suplente suceda o senador.

Abstenção de 21,5% nas eleições é a maior desde 94

No domingo, 36 milhões de brasileiros não foram às urnas ou preferiram votar em branco ou nulo. Somente nas duas eleições de Fernando Henrique Cardoso, esse índice foi maior nos últimos anos



36 milhões de pessoas não apareceram ou votaram em branco ou nulo no segundo turno das eleições
Eduardo Militão e Mário Coelho

A quantidade de brasileiros que não apareceu para votar no domingo das eleições presidenciais chegou a 29,1 milhões, ou 21,50% dos eleitores, índice só menor do que o registrado em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu Lula. A opção de não votar nem em Dilma Roussef, a presidente eleita, nem em José Serra, seu adversário, porém, não deve ser atribuída apenas à ausência, certamente amplificada pela coincidência do pleito com o feriado de hoje (2), Dia de Finados. Quando somados também os cidadãos que compareceram às sessões de votação, mas optaram pelo voto nulo ou em branco, o contingente chega a 36,6 milhões de pessoas, e representa 26,76% do eleitorado, a maior marca desde 1998, quando FHC bateu Lula novamente.

Para o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, o feriado prolongado pesou no aumento da abstenção. O cientista político Alexandre Barros cita a insatisfação de eleitores de Marina Silva (PV) como motivo para a quantidade de descontentes. Barros diz que a boa situação econômica e as semelhanças entre Dilma e Serra fizeram muita gente descansar em vez de votar. Ele não vê a abstenção como problema, mas como percepção de que o voto é um direito, e não um dever.

Os 36,3 milhões de brasileiros que não escolheram nem Dilma Rousseff nem José Serra seriam suficientes para mudar o resultado das eleições. Isso porque a soma de descontentes e indiferentes supera em três vezes a diferença entre a petista e o tucano, que foi de 12 milhões a favor de Dilma, a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Para Alexandre Barros, porém, essa é uma matemática simplista. Ninguém tem condições de saber como votariam os que se abstiveram se resolvessem escolher um dos dois candidatos que disputaram o segundo turno. “Essa é a pergunta que não adianta fazer, porque ninguém tem a resposta”, diz o consultor político Alexandre Barros.

Levantamento do Congresso em Foco baseado em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que a média de não-comparecimento às urnas somada à insatisfação pelo voto nulo ou em branco é de 26,79% entre 1994 e 2010. Ou seja: o percentual destas eleições coincide com essa média.

O índice de abstenção no segundo turno da disputa presidencial também foi maior do que na primeira rodada. Se no domingo passado, deixaram de votar 29,1 milhões, no primeiro turno, foram 24,6 milhões, ou 18,1%. Só no dia 31, outros 7,1 milhões de brasileiros preferiram apertar o botão “branco” da urna ou anular o voto, digitando um número inexistente.

“Um contingente grande do eleitorado brasileiro parece ter se cansado dessa polarização entre PT e PSDB”, observa o cientista político José Luciano Dias. “A votação de Marina foi o primeiro reflexo disso. A opção de não votar no segundo turno também”, conclui.

De fato, o percentual dos que não votam parece oscilar de acordo com a certeza que o eleitorado demonstra quanto às boas possibilidades percebidas por trás das candidaturas em disputa. Os dados do TSE mostram que o contingente de brasileiros indiferentes ou descontentes com as eleições vinha caindo entre 2002 e 2006. Foram os anos em que a maior parte do eleitorado encontrou em Lula o desaguadouro das suas aspirações. Em 2002, numa consideração de que ele e o PT fariam um governo que respeitaria a ética na política e combateria a corrupção. Em 2006, muitos dos que assim pensavam estavam decepcionados, por conta de episódios como o mensalão. Mas Lula compensara esse fato trazendo para si a nova classe média que emergia com sua política social. Agora, o percentual dos que não se julgavam representados nem por Dilma nem por Serra voltou a subir.

A soma da abstenção com os votos brancos e nulos era de 32% em 1994, subiu para 36% em 98 e caiu até 24% no segundo turno de 2006. No primeiro turno deste ano, foi para 25%. E agora, alcançou os 27%, mesmo índice da média dos últimos 16 anos e o maior valor desde 1998.

Já a abstenção sozinha vem oscilando durante esse período. Chegou a 29% em 1994 e, neste segundo turno, a 21,5%, o maior índice desde então. A média histórica mostra a abstenção média de 19,70% nos últimos 16 anos.

Abstenção e voto dos descontentes sobe no segundo turno
Percentual de eleitores em relação ao eleitorado da época


Congresso em foco

Dilma exclui PMDB da primeira reunião para definir nomes da equipe de transição


Jonne Roriz/AE

Dilma exclui PMDB da primeira reunião para definir nomes da equipe de transição

Só petistas mais próximos foram chamados e receberam sua missão no grupo, a ser comandado por Dutra e Palocci


01 João Domingos e Eugênia Lopes, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Mesmo com o vice na chapa, o PMDB foi alijado da primeira reunião da presidente eleita, Dilma Rousseff, realizada ontem de manhã e à tarde na casa da petista, no Lago Sul, um dos bairros nobres de Brasília, quando foram escolhidos os primeiros nomes da equipe de transição.

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Essa equipe será comandada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, e pelo ex-ministro Antonio Palocci. Só foram convidados para a reunião com a presidente eleita os petistas mais próximos e cada um recebeu a sua missão para a futura equipe de transição.


Entre os peemedebistas, notava-se um misto de decepção pela ausência de um representante do partido na reunião com a presidente eleita, e a certeza de que o partido será tratado assim mesmo, à distância, porque os lugares mais próximos a Dilma estão reservados aos petistas.
Mas ficou no ar também um recado, o de que o PMDB saberá dar o troco sempre que for necessário. "Eles não vão governar sozinhos, vão governar com todo mundo", disse o deputado Eduardo Cunha (PMDB-SP). Para acrescentar, a seguir: "Durante toda a campanha, ela (Dilma) só se reuniu com esses mais próximos, mesmo."


Para atenuar a crise, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, ligou ontem para o deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB e vice eleito na chapa de Dilma Rousseff, para convidá-lo a ter uma conversa, se possível hoje. Temer justificou que estava viajando para São Paulo e que eles poderão conversar sempre.


Já o ex-deputado Moreira Franco, que poderá ser convidado a ser ministro das Cidades ou presidente da Caixa Econômica Federal, e que foi o coordenador do programa de governo de Dilma por parte do PMDB, afirmou que, na sua opinião, não ocorreu nada grave. "O que aconteceu? Nada. Não tinha ninguém do PMDB, só isso. Que é que tem?" Moreira afirmou que a eleição terminou recentemente e que, por enquanto, os partidos ainda estão comemorando a vitória de Dilma Rousseff. "Amanhã (hoje) é feriado. Vamos esperar a quarta-feira para ver como é que vai ficar."


Cálculos


Nos bastidores, o PT trabalha com um cálculo a respeito do que cada partido da base aliada vai reivindicar no quinhão do governo de Dilma, como ministérios e cargos em estatais. O partido acha que o PMDB não vai se contentar com os cinco ministérios que tem hoje, embora Michel Temer costume insistir que, desta vez, o partido não vai lutar por cargos, mas por participação no governo, como a da indução da política industrial e de desenvolvimento.


O PMDB reivindica ainda o direito de ter um de seus integrantes na reunião das 9 horas com o presidente da República, porque é nela que são traçadas as principais políticas do governo.
Como o PMDB faz parte da chapa, os representantes do partido acham que têm esse direito, hoje entregue ao PT e a Franklin Martins, que não tem filiação partidária, mas é muito próximo do presidente Lula.


Na sexta-feira deverá ocorrer uma nova reunião da equipe de transição, sem a presença da presidente eleita, que pretende tirar um curto período de férias até domingo. O PMDB espera estar presente.


Da reunião de ontem participaram, além de Palocci e Dutra, José Eduardo Cardozo, secretário-geral do PT, Alessandro Teixeira, da Agência Brasileira de Promoção de Importações e Investimentos (Apex), cotado para ser ministro da Micro e Pequena Empresa, Giles Azevedo, que pode vir a ser o chefe de gabinete da presidente, Fernando Pimentel e Clara Ant, que foi secretária particular do presidente Lula e participou da coordenação da campanha de Dilma.


Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

Dilma age para acalmar PMDB e Temer vira coordenador político da transição


Jonne Roriz/AE


Edna Simão / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

O grupo de elite da presidente eleita Dilma Rousseff tirou o dia de ontem para conter insatisfações pelo fato de a primeira reunião de trabalho após a vitória nas urnas ter sido realizada só com petistas, sem a presença dos partidos aliados. O vice-presidente eleito Michel Temer foi formalmente designado como coordenador político dos trabalhos de transição entre as equipes do atual e do futuro governo, que começam na segunda-feira.

Em Brasília. Acompanhada de José Sarney e Tarso Genro, Dilma cumprimenta o vice Michel Temer: caberá a ele a coordenação dos trabalhos de transição


A tarefa de cuidar da transição, porém, será compartilhada com mais três petistas. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, e os deputados Antonio Palocci (SP) e José Eduardo Martins Cardoso (SP).


"Já estou designado pela presidente para conversar com os diversos partidos. O Palocci vai trabalhar a questão mais técnica. E o Michel Temer, nós vamos conversar com ele", disse o presidente do PT. Questionado com insistência sobre qual exatamente seria a função do vice, ele explicou: "Como ele é vice-presidente, vai na prática coordenar esse processo."
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O nome dos comandantes da transição consta de uma nota divulgada na tarde de ontem, na qual Dilma informa também que já indicou alguns técnicos para assessorar os trabalhos. A lista, com 39 integrantes, não foi divulgada. "Não são necessariamente pessoas do PT", informou Dutra. "Elas fizeram parte da campanha e agora foram integradas ao processo de transição." Mais técnicos poderão ser indicados nos próximos dias, até o total de 50.
O grupo de transição vai coletar informações na atual equipe de governo para, entre outras coisas, fixar metas a ser atingidas nos 100 primeiros dias do governo Dilma. Vai, também, inteirar-se de questões que precisem ser decididas logo nos primeiros dias de 2011. O Ministério do Planejamento preparou um portal que informa, por exemplo, qual a estrutura de cada ministério, quais as ações de governo por ele desempenhadas, qual a situação da liberação de verbas.


Dutra e Cardoso, que passaram a manhã reunidos na casa de Dilma, tentaram minimizar o mal-estar com o PMDB, pelo fato de o principal aliado não ter sido chamado para a primeira reunião de trabalho com a presidente eleita, como revelou o Estado ontem. "Foi uma reunião informal", amenizou Cardoso, para quem não há motivo para descontentamento. "Mas, se houve, vamos esclarecer." Dutra se esquivou: "Não tenho nenhuma informação sobre reclamações."
Agenda cheia. Dilma esteve reunida com Dutra, Cardoso e Palocci até o início da tarde de ontem. Ela tinha programadas conversas por telefone com o primeiro-ministro da Espanha, José Luiz Zapatero, e com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que ligaram para felicitá-la pela eleição. À noite, ela concedeu entrevistas ao vivo para as TVs Bandeirantes e SBT.
Hoje, a presidente eleita deve viajar para descansar. A assessoria não confirmou se ela vai a Porto Alegre, onde moram sua filha e seu neto.


Dilma deverá ficar em local não divulgado até o fim da semana, quando embarca com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Coreia do Sul, onde participa da reunião do G-20. No trajeto de ida, eles passarão por Moçambique, na África.


Panos mornos
JOSÉ EDUARDO DUTRA PRESIDENTE DO PT"Foi uma reunião (realizada entre petistas) informal"


TRANSIÇÃO COMEÇA NA SEGUNDA
8 de novembroInício da transição das equipes do atual e do próximo governo federal
30 de novembroÚltimo dia para os candidatos prestarem contas ao TSE
17 de dezembroÚltimo dia para a diplomação dos candidatos eleitos
1º de janeiro de 2011Posse da presidente e dos governadores e vices eleitos
1º de fevereiro de 2011Posse dos senadores e deputados federais e estaduais eleitos


Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma Rousseff é eleita 1ª mulher presidente do Brasil

Eleições 2010: Como ficou o mapa do poder nos estados

Serra fala em "vitória estratégica" e indica oposição mais dura


Depois de reconhecer com "humildade a voz do povo nas urnas", José Serra sinalizou que fará uma oposição mais dura ao governo. 31/10/2010

REUTERS/Nacho Doce

Serra fala em "vitória estratégica" e indica oposição mais dura

SÃO PAULO (Reuters) - José Serra (PSDB), derrotado por Dilma Rousseff (PT) na eleição presidencial, afirmou neste domingo que sua candidatura representou uma "vitória estratégica" e uma "fortaleza" em defesa da liberdade.
"Eu vim aqui não para falar da frustração, mas pra falar da confiança e da esperança", disse Serra em pronunciamento a militantes e aliados. "Nesses meses, quando enfrentaram forças terríveis, vocês alcançaram uma vitória estratégica, cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza... de defesa da liberdade, afirmou.

"Da liberdade das grandes causas sociais e econômicas do nosso país, que estão vivas no sentimento de toda nossa população."

Depois de reconhecer com "humildade a voz do povo nas urnas", Serra fez uma promessa que sinaliza uma oposição mais dura do que a enfrentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos oito anos.

"Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta", afirmou o tucano.

"E nós vamos dar a nossa contribuição ao país, em defesa da pátria, da liberdade, da democracia, do direito que todos têm de falar e ser ouvidos, da justiça social", acrescentou.

Com 99,97 por cento da apuração concluída, Dilma tinha 56,05 por cento dos votos válidos contra 43,95 por cento de Serra.

Serra agradeceu seus eleitores e fez questão de ressaltar "uma juventude que ama o Brasil", acrescentando que os militantes garantiram a ele a energia para a campanha.

"Por isso, a minha mensagem de despedida nesse momento não é um adeus, mas é um até logo... a luta continua."

(Reportagem de Hugo Bachega e Fernando Cassaro)

Dilma vence batalha nas urnas; desafio no Planalto começa agora


A presidente eleita Dilma Rousseff (PT) faz seu primeiro discurso após a eleição. 31/10/2010

REUTERS/Bruno Domingos

Dilma vence batalha nas urnas; desafio no Planalto começa agora

Por Alexandre Caverni

BRASÍLIA (Reuters) - Dilma Rousseff (PT) foi eleita neste domingo a primeira mulher presidente da República do país, mas os desafios de verdade começam agora: manter a economia crescendo com força, administrar uma coligação de dez partidos e lidar com a oposição. Tudo isso sem o carisma ou habilidade política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Beneficiada pela popularidade de Lula, pelo bom momento econômico e pelos ganhos sociais dos últimos oito anos, Dilma derrotou José Serra, do PSDB, e garantiu ao PT seu terceiro mandato consecutivo à frente do Executivo federal.

A eleição presidencial mais disputada desde 1989 acabou tendo um resultado mais folgado do que chegou a se projetar no início da campanha do segundo turno e do que a "guerra" política parecia mostrar.

Faltando 51 seções eleitorais, de um total de 400 mil, Dilma somou 56,05 por cento dos votos válidos, contra 43,95 por cento de Serra. Uma diferença de mais de 12 milhões de votos.

Em seu primeiro pronunciamento já eleita, a petista repetiu compromissos de campanha como a erradicação da miséria e a manutenção de uma política econômica responsável. Agradeceu a Lula, prometeu "zelar" pela liberdade de imprensa e religiosa e acenou à oposição.

"Acima de tudo, quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas."

Prometeu que será feito um esforço grande pela "melhoria da qualidade do gasto público", mas fez questão de ressaltar que rejeita "visões de ajuste que recaem sobre programas sociais" e investimentos.

Isso, porém, pode não bastar para agradar o mercado, garantir que o país continue crescendo ou mesmo contentar todos os setores da economia.

"O mercado gostaria de ver uma mudança na política fiscal, com certeza", disse Tony Volpon, chefe de pesquisa para mercados emergentes nas Américas, da Nomura Securities. "Você não tem que ter um corte de gastos, você precisa ter uma queda na taxa de crescimento dos gastos."

Para Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), "o novo governo deve tomar sérias medidas que permitam ao Brasil consolidar a sua competitividade internacional".

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, foi ainda mais duro.

"Penso que a presidente tem que fazer algo que o Lula não fez: fazer com que a agricultura tenha uma papel político semelhante ao papel econômico que ela tem", disse Ramalho. "Se o governo não valorizar politicamente a agricultura do país, vamos continuar com esses problemas a vida inteira."

OPOSIÇÃO E NEGOCIAÇÃO POLÍTICA

Mas depois de uma campanha eleitoral de duras trocas de acusação, denúncias e boatos, em que até o sentimento religioso de boa parte da população foi moeda de troca eleitoral, Dilma quis logo na primeira oportunidade fazer um gesto à oposição, de olho nos desafios políticos que tem à frente.

"Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles, de minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio"

Tomando por base o pronunciamento que Serra fez pouco depois, porém, parece claro que Dilma não terá vida fácil da oposição.

Falando a militantes e aliados, em São Paulo, o tucano falou em "vitória estratégica".

"Nesses meses, quando enfrentaram forças terríveis, vocês alcançaram uma vitória estratégica, cavaram uma grande trincheira, construíram uma fortaleza... de defesa da liberdade... das grandes causas sociais e econômicas do nosso país, que estão vivas no sentimento de toda nossa população."
E arrematou. "Para os que nos imaginam derrotados, eu quero dizer: nós apenas estamos começando uma luta."

Analistas políticos veem dificuldades no horizonte do novo governo e a necessidade de Dilma se cercar de bons negociadores.

"Ela não tem muita experiência em lidar com políticos e partidos. Nessa área, ela terá que chamar pessoas com aptidão para assessorá-la", disse Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio.

Rubens Figueiredo, cientista político do Cepac, vai na mesma linha. "Ela tem uma experiência muito pequena na negociação parlamentar, e ela não tem o talento na comunicação que o Lula tem."

Com oito governadores estaduais --entre eles os dois maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Minas Gerais--, o PSDB sai forte da eleição, apesar da terceira derrota seguida para o Palácio do Planalto. Mesmo o DEM, com Santa Catarina e Rio Grande do Norte, saiu no lucro nas disputas estaduais.

"Você teve uma vitória da continuidade, mas essa continuidade não se dará de forma tranquila", disse Carlos Melo, cientista político do Insper. "A oposição não sai enfraquecida em virtude dos governos estaduais que foram conquistados nesse processo."

Se é verdade que Dilma terá, ao menos em teoria, maioria folgada na Câmara e mesmo no Senado, não será fácil administrar isso. A começar pelas conhecidas disputas internas do próprio PT e a gula do PMDB por cargos.

Como resumiu Figueiredo: "A Dilma vai precisar fazer muita ginástica, um 'pilates político', para ter a governabilidade necessária."

(Reportagem de Carmen Munari, Maria Carolina Marcello, Isabel Versiani e Bruno Peres, em Brasília; Hugo Bachega, Fernando Cassaro, Maria Pia Palermo, Eduardo Simões, Roberto Simões e Silvio Cascione, em São Paulo)

Alexandre Garcia comenta primeiro discurso de Dilma Rousseff

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1366627-7823-ALEXANDRE+GARCIA+COMENTA+PRIMEIRO+DISCURSO+DE+DILMA+ROUSSEFF,00.html

Vitória de Dilma Rousseff é destaque em todo o mundo

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1366630-7823-VITORIA+DE+DILMA+ROUSSEFF+E+DESTAQUE+EM+TODO+O+MUNDO,00.html

Conheça a trajetória de Dilma Rousseff

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1366530-7823-CONHECA+A+TRAJETORIA+DE+DILMA+ROUSSEFF,00.htmlDomingo, 31/10/2010

A mineira Dilma Rousseff chegou ao cargo mais importante do país logo na primeira eleição que disputou. Mas a trajetória política da nova presidente começou há mais de 30 anos.

Confira a trajetória de Dilma Rousseff


Foto: Agência Brasil

Confira a trajetória de Dilma Rousseff

Dilma foi ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil. Acabou virando o braço direito do presidente Lula. Jovem, lutou contra a ditadura, participou de grupos da esquerda armada. Dilma foi presa e torturada.

No dia 1º de janeiro, Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial. Até lá, vai organizar a transição, escolher ministros e se preparar para governar 190 milhões de brasileiros. Economista, Dilma já foi ministra e chegou a ser presa e torturada durante a ditadura militar.

A foto oficial foi tirada no começo do segundo mandato do presidente Lula. Ao lado dele, estava Dilma Rousseff. E Lula já não escondia: estava impressionado com o desempenho, com o profissionalismo dela.

Em dois mandatos, Dilma Rousseff foi responsável por algumas das principais obras do governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o “Minha Casa, Minha Vida”. Mas foi ao falar da campanha que a agora presidente eleita do Brasil deixou claro qual foi a obra que mais mexeu com ela: “Valeu a pena ter sido candidata à presidência. Eu saio uma pessoa melhor do que entrei”.

A trajetória começou com um susto: a descoberta de um câncer linfático, em abril do ano passado. “Nós brasileiros temos esse hábito de sermos capazes de enfrentar obstáculos, de transpô-los e de sair inteiros do outro lado de lá”, afirma.

Dilma se tratou, perdeu o cabelo, botou peruca. Entrou com tudo na campanha: viajou, sambou e virou avó. "Sempre me disseram, vários amigos meus que são avós, que a gente fica meio bobo. Então, eu estou hoje meio boba", disse.

Dilma não era a preferida do PT. "Mal entrou no partido", “ligada a Leonel Brizola", lembravam alguns petistas. "Não tem tato político", reclamavam outros. "Nunca enfrentou uma eleição", diziam. Ganhou fama de centralizadora, mandona. Dilma venceu todas as resistências com apoio integral d o presidente Lula.

Escolhida, começou a construção da candidata. Dilma mudou. Ficou mais simpática, mais sorridente, tirou os óculos, mudou as roupas, reformulou todo o visual. Virou a Dilma “Paz e Amor”. Para encerrar uma entrevista: “é a última, é a última, porque esse pezinho não consegue mais ficar aqui horas e horas a fio”, explicou Dilma, com o pé imobilizado.

A campanha foi dura. Dilma se machucou, mas não parou.

A eleição, muitos pensaram, seria resolvida já no primeiro turno. Não foi, por causa das acusações de tráfico de influência na Casa Civil, que derrubaram Erenice Guerra, e da polêmica em torno do aborto. “Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, porque acho o aborto uma violência contra mulher”, ressaltou.

A jornada seria mais longa, e Dilma atravessou mais uma vez o país sem descanso. Nesse domingo (31), as urnas confirmaram a vitória de Dilma Rousseff.

A primeira mulher eleita presidente do Brasil nasceu em Belo Horizonte, tem 62 anos. É economista. Jovem, lutou contra a ditadura militar. Participou de grupos da esquerda armada. Foi presa e torturada.

Ao depor no Senado, sobre um dossiê com informações sigilosas do governo Fernando Henrique, Dilma negou qualquer envolvimento do governo e falou sobre os anos na prisão: "Eu tinha 19 anos, fiquei três anos na cadeia e fui barbaramente torturada”.

Um amigo de Dilma também relembrou aquele período. “É difícil falar sobre isso, porque a Dilma foi barbaramente torturada. E suportar uma tortura é difícil. Ela suportou com inteligência. A tortura é uma coisa absolutamente indescritível”, declara o advogado Gilberto Vasconcelos.

Dilma foi ministra de Minas e Energia e depois da Casa Civil. Acabou virando o braço direito do presidente Lula.

Na próxima foto oficial do novo ministério, Dilma Rousseff vai estar nela novamente, em outra posição.

Também durante o governo de transição, Dilma Rousseff vai recordar alguns momentos, já que ela também participou do governo de transição do, então, presidente Fernando Henrique para o presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva.

Fonte: Bom dia Brasil