
À sombra da crise militar
- 3/1/2010 - 22h21
Márcio Fernandes/ AE
Nunca na história desse País um presidente teve um período de férias tão conveniente. Ainda mais numa Base Naval. Agora ele só volta dia 11
- 3/1/2010 - 22h21
Márcio Fernandes/ AE
Nunca na história desse País um presidente teve um período de férias tão conveniente. Ainda mais numa Base Naval. Agora ele só volta dia 11
Lula desfruta de férias mais do que oportunas em uma área de acesso restrito que pertence à Marinha do Brasil, na Base Naval de Aratu, a cerca de 30 km de Salvador (BA). O local foi o refúgio escolhido depois de deflagrada a crise – mais do que anunciada – entre ministros e militares em torno da possibilidade de revogação da Lei de Anistia.
O expediente do presidente, em Brasília, só começa no dia 11 de janeiro. Até lá, arrefecidas as tensões e ressentimentos do ministro da Defesa Nelson Jobim e dos três comandantes das Forças Armadas – Enzo Peri (Exército), Julio Moura Neto (Marinha) e Juniti Saito (Aeronáutica) – , Lula recorre a uma de suas principais habilidades: contemporizar.
A crise gira em torno da decisão do Planalto de lançar a 3ª edição do Programa Nacional de Direitos Humanos. O confronto foi detonado na terça-feira da semana do Natal, no dia 22 de dezembro, com a publicação do novo programa via decreto – devidamente assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – para, entre outras providências, instituir a Comissão Nacional da Verdade, responsável por investigar crimes cometidos durante o regime militar.
Os principais ministros de Lula, incluindo a candidata do PT à sucessão em 2010, Dilma Rousseff, defendem a reabertura de investigações de abusos da repressão. A questão havia sido incansavelmente negociada com as Forças Armadas, a ponto dos comandos militares aceitarem a criação da tal comissão – desde que também fosse investigada a atuação das organizações terroristas de esquerda.
O problema é que, a redação final do decreto trouxe uma desagradável surpresa: a contrapartida exigida pelos militares havia sido simplesmente ignorada. Apenas os crimes cometidos por militares constam na lupa da comissão.
O clima no governo pesou. Os comandantes foram até o presidente exigir uma explicação e entregar os cargos, pois entendem que o projeto tem caráter "revanchista".
Lula prometeu rever o decreto e recorreu à velha desculpa do "eu não sabia". Desse modo, conseguiu conter as demissões e ganhar tempo até a redação final do texto, o que poderá ser postergado até abril. O secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, entrou em férias e avisou que não comentaria o caso. E o ministro da Justiça, Tarso Genro, que na semana passada negou os pedidos de demissão, insiste que a palavra final caberá ao presidente.
O expediente do presidente, em Brasília, só começa no dia 11 de janeiro. Até lá, arrefecidas as tensões e ressentimentos do ministro da Defesa Nelson Jobim e dos três comandantes das Forças Armadas – Enzo Peri (Exército), Julio Moura Neto (Marinha) e Juniti Saito (Aeronáutica) – , Lula recorre a uma de suas principais habilidades: contemporizar.
A crise gira em torno da decisão do Planalto de lançar a 3ª edição do Programa Nacional de Direitos Humanos. O confronto foi detonado na terça-feira da semana do Natal, no dia 22 de dezembro, com a publicação do novo programa via decreto – devidamente assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – para, entre outras providências, instituir a Comissão Nacional da Verdade, responsável por investigar crimes cometidos durante o regime militar.
Os principais ministros de Lula, incluindo a candidata do PT à sucessão em 2010, Dilma Rousseff, defendem a reabertura de investigações de abusos da repressão. A questão havia sido incansavelmente negociada com as Forças Armadas, a ponto dos comandos militares aceitarem a criação da tal comissão – desde que também fosse investigada a atuação das organizações terroristas de esquerda.
O problema é que, a redação final do decreto trouxe uma desagradável surpresa: a contrapartida exigida pelos militares havia sido simplesmente ignorada. Apenas os crimes cometidos por militares constam na lupa da comissão.
O clima no governo pesou. Os comandantes foram até o presidente exigir uma explicação e entregar os cargos, pois entendem que o projeto tem caráter "revanchista".
Lula prometeu rever o decreto e recorreu à velha desculpa do "eu não sabia". Desse modo, conseguiu conter as demissões e ganhar tempo até a redação final do texto, o que poderá ser postergado até abril. O secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, entrou em férias e avisou que não comentaria o caso. E o ministro da Justiça, Tarso Genro, que na semana passada negou os pedidos de demissão, insiste que a palavra final caberá ao presidente.
D.C. de 3 de janiro de 2010
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