
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "equívoco" a imposição de novas sanções ao Irã. 18/05/2010
REUTERS/Susana Vera
Lula diz que decisão da ONU é equívoco e enfraquece Conselho
quarta-feira, 9 de junho de 2010 18:39
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas de impor uma nova rodada de sanções ao Irã. Lula cobrou uma mudança na composição do conselho e disse que a medida foi "um equívoco".
"Lamentavelmente, desta vez quem queria negociar era o Irã e quem não queria negociar eram aqueles que acham que a força resolve tudo. Acho que foi um equívoco a tomada de decisão", disse Lula em entrevista em Natal (RN).
Classificou ainda a medida de "vitória de Pirro" --expressão utilizada para manifestar uma vitória potencialmente acarretadora de prejuízos.
Nesta quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear, que potências do Ocidente suspeitam ter objetivo de desenvolver armas atômicas.
Foram 12 votos a favor da resolução. Brasil e Turquia votaram contra, enquanto o Líbano se absteve. Em maio, Brasil e Turquia negociaram um acordo com o Irã de troca de combustível nuclear que pretendia exatamente evitar as sanções.
"Acho que o Conselho de Segurança jogou fora uma oportunidade histórica de negociar tranquilamente o programa nuclear iraniano", completou Lula, acrescentando que a decisão foi por "birra", uma vez que o governo iraniano concordou com o acordo.
"É um episódio que enfraquece o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Nós estamos tentando reformá-lo há mais de 17 anos", afirmou Lula, para quem o organismo não representa mais a atualidade política mundial, espelhando uma correlação de forças existente em 1948, quando a ONU foi criada.
O Brasil vem buscando apoio internacional para alterar sua participação no conselho, trocando um assento temporário, como atualmente, por um papel permanente. Dos 15 membros, apenas cinco têm assento permanente (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China) e têm direito a veto nas decisões.
Sem citar diretamente esse grupo de cinco países, Lula afirmou que essas nações não estão interessadas em alterar a configuração do conselho e democratizar as relações dentro do organismo.
"A geografia política e econômica do mundo mudou e nós queremos que a ONU tenha representatividade, que tenha gente da América Latina, da África, Índia e outros países e os senhores que são donos do conselho não querem abrir mão porque não querem levar ninguém para sentar numa mesa e democratizar de verdade o Conselho de Segurança da ONU", afirmou Lula, dizendo que espera que o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad continue "tranquilo".
REUTERS/Susana Vera
Lula diz que decisão da ONU é equívoco e enfraquece Conselho
quarta-feira, 9 de junho de 2010 18:39
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira a decisão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas de impor uma nova rodada de sanções ao Irã. Lula cobrou uma mudança na composição do conselho e disse que a medida foi "um equívoco".
"Lamentavelmente, desta vez quem queria negociar era o Irã e quem não queria negociar eram aqueles que acham que a força resolve tudo. Acho que foi um equívoco a tomada de decisão", disse Lula em entrevista em Natal (RN).
Classificou ainda a medida de "vitória de Pirro" --expressão utilizada para manifestar uma vitória potencialmente acarretadora de prejuízos.
Nesta quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã por conta de seu programa nuclear, que potências do Ocidente suspeitam ter objetivo de desenvolver armas atômicas.
Foram 12 votos a favor da resolução. Brasil e Turquia votaram contra, enquanto o Líbano se absteve. Em maio, Brasil e Turquia negociaram um acordo com o Irã de troca de combustível nuclear que pretendia exatamente evitar as sanções.
"Acho que o Conselho de Segurança jogou fora uma oportunidade histórica de negociar tranquilamente o programa nuclear iraniano", completou Lula, acrescentando que a decisão foi por "birra", uma vez que o governo iraniano concordou com o acordo.
"É um episódio que enfraquece o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Nós estamos tentando reformá-lo há mais de 17 anos", afirmou Lula, para quem o organismo não representa mais a atualidade política mundial, espelhando uma correlação de forças existente em 1948, quando a ONU foi criada.
O Brasil vem buscando apoio internacional para alterar sua participação no conselho, trocando um assento temporário, como atualmente, por um papel permanente. Dos 15 membros, apenas cinco têm assento permanente (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China) e têm direito a veto nas decisões.
Sem citar diretamente esse grupo de cinco países, Lula afirmou que essas nações não estão interessadas em alterar a configuração do conselho e democratizar as relações dentro do organismo.
"A geografia política e econômica do mundo mudou e nós queremos que a ONU tenha representatividade, que tenha gente da América Latina, da África, Índia e outros países e os senhores que são donos do conselho não querem abrir mão porque não querem levar ninguém para sentar numa mesa e democratizar de verdade o Conselho de Segurança da ONU", afirmou Lula, dizendo que espera que o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad continue "tranquilo".
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