segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lula debaterá reforma política e deve ouvir oposição, diz PT

SÃO PAULO (Reuters) - Convocado pelo PT nesta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se engajar nas discussões para a realização da reforma política, disse o presidente em exercício do partido, deputado estadual Rui Falcão, após reunião com o ex-presidente.

Lula se comprometeu com a legenda que vai ouvir os partidos políticos, inclusive os da oposição, e as entidades da sociedade civil, como as centrais sindicais, para o debate da reforma.

"Ele pode ser o catalisador desse movimento", afirmou Falcão a jornalistas.

A reforma política vem sendo discutida no Congresso desde fevereiro, sendo que o Senado já apresentou as propostas na última quarta-feira, depois de aprovadas por uma comissão de senadores. Em até 20 dias, os parlamentares vão propor os projetos de lei e as emendas à Constituição para efetuar a reforma. Na Câmara o tema está em andamento.

"A intenção dele (Lula) é ouvir os partidos políticos. Agora, a dinâmica vai ser dele. Claro que num primeiro momento vai falar com os partidos da base aliada, mas não vai excluir ninguém do diálogo", explicou Falcão.

A reunião, realizada em São Paulo no Instituto Cidadania, escritório político de Lula, reuniu 13 lideranças petistas. Além de Falcão, contou com a presença de líderes no Congresso, senadores e deputados. O ex-presidente Lula não conversou com jornalistas.

Entre os itens da reforma política que o PT gostaria de ver aprovados estão a fidelidade partidária, o fim das coligações nas eleições proporcionais e o financiamento público de campanha, que excluiria recursos privados.

Um ponto polêmico defendido pelo PT é o voto em lista, em que os candidatos a deputado federal, deputado estadual e vereador são escolhidos pelos partidos. Esse sistema reforça o poder às legendas mais do que aos candidatos e foi um dos pontos aprovados pelo Senado na semana passada.

Já o PSDB prega o voto distrital que, segundo os tucanos, aproxima os candidatos do eleitor. E o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem defendido o chamado "distritão", em que é eleito o candidato mais votado.

Falcão evitou dar um prazo para as consultas de Lula e disse que as propostas aprovadas pelo Congresso poderão entrar em vigor já na eleição de 2012 ou em 2014, conforme decisão do Congresso.

(Reportagem de Carmen Munari)

Nenhum comentário:

Postar um comentário